A ESPERANÇA

A ESPERANÇA
OBAMA

OBAMA está em toda a parte do mundo, em todas as cabeças, em todos os pensamentos que ficaram sabendo que foi eleito Presidente dos USA. Por que este fato tem tal repercussão?
Interessante pensar que ele parece sugerir nas mentes algo difuso como A ESPERANÇA. No que e no por que é variável cogitar. Há mil especulações.
Ele é um acontecimento inédito, inesperado, surpreendente. Enquanto rolava a campanha eleitoral americana, pensei que ele nunca seria eleito pelo seu povo, de tudo que se conhece dos americanos. Meio surreal dada às pretensões que o país se dá através de ações, interferências nas terras dos outros, da ousadia em matar, da ousadia de se dar ao papel de intervencionista em questões das mais graves e controversas de cada nação, de outra cultura, de outra religião, de poderio fraco ou menos forte, de petulância em se intrometer, em invadir e se estabelecer sem pedir permissão, sem indagar, sem dialogar, sem respeitar, investigando as preciosidades e as fraquezas de cada país com toda a ousadia e descaramento; um horror. Tanto que não tenho o menor interesse nesse povo, nada de lá quero conhecer nem ver, inclusive a língua. “Seus filmes atuais são a diversão de todos no mundo todo, e disseminam a língua inglesa, ou seja, mais-ou-menos a bandeira americana em múltiplas cenas e em qualquer filme, capaz até de haver uma obrigatoriedade desta exposição, e mais aquele ridículo e adolescente telefone vermelho do presidente”, que presidente? ...o dos Estados Unidos da América... Tudo só acontece naquele lugar, invasões alienígenas, “independeced day”, “o diabo que seja” acontece ali, e é chamado ao telefone o presidente, como se ele fosse um faraó ou santo milagroso que sabe resolver “qualquer parada”... Tão ridículo que dá dó “tanta adolescência ou neura de se sentir maior que” qualquer coisa...
Mas houve época em que eu não tinha nenhum preconceito contra eles. Isso foi antes da globalização, foi há mais de cinqüenta anos, antes da ditadura militar no Brasil; época em que o cinema americano era arte e beleza. E me vem nomes lindos, muitos, mas já um só me faz interromper de amor e de saudade: Gary Cooper... Eu adorava... E, era doce...
Preciso parar porque a emoção me invade, eu amava Gary Cooper parecido de como amo agora o Chico Buarque. E as lágrimas explodem, não posso conter... Pois era a minha vida também...
A esperança é olhar uma possibilidade de resultados positivos em relação a desejo necessário de acreditar que alguma coisa quase impossível de acontecer possa acontecer. E aonde é colocada a esperança, este sentimento ou emoção pode tomar proporções transformadoras.
Esperança é sentir confiança que se deseja e se espera ser cumprida, ou fazer acontecer, trazendo frutos de bem, parecido com felicidade.
A esperança move o organismo para a ação; é diferente do sentimento, mas a gente confunde.
O sentimento é a emoção filtrada através do cérebro, produzindo uma mudança, uma agitação humana da mente ou do espírito pela precisão de sentir falta desta coisa “reparadora” que se sente ou pensa até que acredita ser a esperança. A esperança é tão necessária quanto a fé.
A esperança, a meu ver, é um estado de sentimento, de sentir que tudo será possível, que tudo que pareceu ser impossível, vai deixar de ser impossível e vai poder ser possível.
É do humano nosso esta sensação ou expectativa quase.
E a expressão, o sorriso, as atitudes, e a figura toda de Obama nesta atual circunstância mexem com o imaginário e o desejo de cada povo deste mundo atual... OBAMA passa isso... Passa a idéia de o justo fazer, da justiça a ser reparada, do diálogo certo a ser recuperado... do reparo das ações más de seus antecessores... De renovar o povo americano naquilo que era melhor e perdeu.
Como nos tempos de Gary Cooper...
A gente tinha esperança de ser feliz. Tinha esperança de o Brasil vir a ser o “Pais do futuro”, o milagre brasileiro e “Deus era brasileiro”...

MLUIZA MARTINS