Vírus: Obamania

Geralmente não gosto de escrever textos sobre assuntos em foco dos comentários, gosto de acompanhar os fatos, ver como a poeira se comporta até baixar; se é que baixa, e depois entre um texto e outros expor uma ou outra idéia. Mas essa presidência em tudo é excessão então por quê não escrever essa crônica em concessão?

Dou graças a Deus por não ser americana, essa estória de eleger o homem mais poderoso do mundo, de mudar o mundo, porque "We can change" e ter esses dois candidatos como escolha é muito dificíl. Como meu grande personagem de tenebrosos sonhos da infância: Jack Strepador faria, vamos por partes:

Esse governo Bush foi o maior cabo eleitoral de Obama, o novo eleito nem fez tanta força quanto o Al Gore. Alguém lembra? Foi dele que o Bush ganhou por muito pouco, hoje Al Gore é um político ativista ecológico, e se não me engano tinha uma ótima campanha para presidência. Mas o povo americano queria mostrar força e poder bélico em guerras e guerras, então o Mister Bush deu o que eles queriam, não exatamente como queriam.

Semana retrasada não fui contratada em um novo emprego, porque tenho pouca expêriencia. É óbvio, entra na fila dos inexperientes que ainda tomam leite, vai aprender a morder, passar pelo coceira de crescer os dentes e depois volta a tentar. É mais ou menos isso que eu diria para um bebê que quer comer rapadura mas ainda esta na papinha. Rapadura é doce, mas não é mole não! Eita ditado popular nordestino bom!

O candidato escolhido, o homem mais poderoso do planeta é inexperiente e ninguém mandou ele aprender a ter dentes, dá até dó das de mandar as criancinhas depois dessa. Mas a rapadura da crise mundial econômica está nas mãos dele, essa é dura e amarga.

Quero deixar claro que não sou fan do Mac Lain, do mesmo partido de Bush, que me parece muito inclinável a ter um governo parecido ao atual.

Mas analisando a situação, estamos em uma séria crise recessiva econômica mundial e nos apareceu o mais eloquente vendedor de sonhos dos últimos tempos. Como resistir? Ele ainda carrega a bandeira de liberdade, tem toda uma força que ficou eternamente de lado, e agora emerge com ele, rompe as barreiras até dos mais céticos, é um presidente negro. O Brasil que tem a maior população negra no mundo depois da África, (86% dos brasileiros apresentam genéticamente base de formação negra. dados: IBGE), não conseguimos eleger um presidente negro. Talvez porque não me recordo de um ter se candidatado, com força sulficiente para isso. Essa questão racial no Brasil ainda tem muita papinha pra comer, somos quase fetos nisto.

Esse redentor, salvador da raça americana caída é negro, o pai nascido num vilarejo pobre da África, esse Luther Barack Obama King conquistou um dos povos mais preconceitosos do mundo, conquistou também a simpatia de um planeta inteiro. Que nessa ultima terça-feira acordou festejando com a vitória; em camisetas e botons no Japão, Hula-Hula da vitória no Hawai, presidente Chines acordado de madrugada para ser o primeiro a dar os parabéns oficiais ao novo presidente. "Inglaterra feliz com Obama" era o que dizia um cartaz em frente ao palácio, e choro de alegria em Roma- Itália. Essa Obamania como foi apelidado fenômeno nunca antes visto; é um tsuname de esperança pra África, que representada por uma pobre tribo, onde o pai de Barack nasceu, dançava descalço, chão de terra batida comemorando a vitória com vários sentidos.

Espero que esse salvador não se torne mártir, mas que essa esperança mundial seja combustível para realizações futuras. Não acredito em melhoras, devo admitir meu certo pessímismo, mas a esperança sempre será a última que morre. Esse vírus é sem fronteiras, está estampado em tanta euforia, em milhares de votos, e alegria americana. Presenciamos um certo contágio mundial.

Alias
Enviado por Alias em 07/11/2008
Reeditado em 07/11/2008
Código do texto: T1271545
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