Democracia nas Relações Humanas...
A Sociedade Brasileira gosta muito de se julgar democraticamente madura. Fatos recentes na minha vida pessoal e no diagnóstico das notícias atuais, jogam por terra nossa aspiração Democrática. Desde o Vascaíno que assassina o Flamenguista por discordar de uma simples cobrança de penalti, até o Rei do Gueto que não assimilou a vontade de sua namorada. O Católico que não tolera o Protestante, o Cientista que ridiculariza o Místico, o Heterossexual que segrega o Homossexual, o Branco que desdenha do Negro, tantas bobagens que só demonstra nossa incapacidade de aceitar o outro, as idéias divergentes do Mundo e da Realidade. Democracia verdadeira é a capacidade que podemos desenvolver de discordar, mas viver harmoniosamente com o semelhante que, na verdade, não é tão semelhante assim. Muito difícil na prática, não há dúvida. Mas a única saída para sobrevivermos em um Mundo de constantes transformações sociais, políticas e tecnológicas. Na minha vida pessoal, tento sinceramente aceitar e conviver com pessoas diversas, das mais diferentes convicções religiosas, pessoais, éticas e morais. O que não quer dizer que compartilho destas idéias e atitudes, mas não consigo ver como inimigo uma pessoa que tenha fé divergente da minha, em qualquer campo do conhecimento humano. Infelizmente, existem pessoas que acreditam que a sua verdade é a única e tentam impor aos demais, das formas mais violentas até as mais sutis. Democracia é a eterna vigilância quanto as nossas próprias limitações em aceitar um Mundo mais pluralista, portanto mais rico. O que jamais invalida lutarmos por nossas crenças e realizações, conquanto deixemos espaço para nosso vizinho de viagem exercer seu pleno direito de discordar. Quando uma inimizade acontece por opiniões contrárias, fico mais pobre por não visualizar mais a janela do meu amigo. Ser Democrático nas Relações Humanas é trabalhoso, é verdade, mas a única atitude para quem busca a sabedoria da pluralidade entre as pessoas e os povos.