ELEIÇÃO DE OBAMA: UM MOMENTO HISTÓRICO.
Chegaram a proclamar o fim da maior potência mundial com a atual crise econômica . Houve até quem comemorasse o declínio dos Estados Unidos da América, como se a queda do gigante não afetasse todo o planeta.
O anti-americanismo alastrou-se pelo mundo na era Bush e não sem razão. A arrogância, a belicosidade e o desrespeito às demais nações era aviltante.
George Bush, porém, tem data marcada para mudar de endereço e quem habitará a Casa Branca será um negro, filho de emigrante queniano, criado entre a Indonésia e o Hawai.
O simbolismo da eleição de Barack Obama é importantíssimo. O presidente eleito nasceu três anos antes do fim de segregação naquele país. Em 1961, ano em que Obama nasceu, a população negra ainda tinha que ceder lugar em ônibus aos brancos e era obrigada a usar banheiros publicos separados, para não citar outros absurdos racistas.
Em um tempo historicamente curto, em que muitos ainda lembram o sonho de Martin Luther King, um negro chega à Casa Branco. Um salto entre a vergonha e a admiração.
A campanha eleitoral foi um espetáculo caro até para os padrões norte-americanos. Confesso que torci por Hillary Clinton nas primárias e nada sabia sobre o seu adversário. Depois me interessei por Obama e durante a campanha passei a admirar a serenidade, a fluência e a elegância do candidato democrata.
Não me cabia votar, mas torcer por ele ninguém me podia impedir e torci. Cheguei a me questionar, pois não se tratava de uma competição esportiva, porém foi impossível ficar imune.
A eleição foi emocionante. Em um país no qual o voto é facultativo, vi pessoas em filas enormes na intenção de escolher quem os guiaria nos próximos quatro anos.Vi a vontade de mudar. Vi a esperança no povo que forma aquela nação, que muitos julgavam morta.
Obama é o sonho de Martin Luther King realizado, não apenas por ser negro, mas por representar a esperança na sua história de vida de filho de emigrante que venceu as dificuldades através do conhecimento e do trabalho.
Afinal, ele se formou em Direito em Haward, onde se destacou, sem pertencer a uma família tradicional e rica americana. Claro que esse feito isolado não o credenciaria a ser Presidente, mas junto ao carisma, às demais qualidades que já lembrei acima e ao discurso prometendo unir a América, opondo-se a política anterior, sim.
A comoção da população com os resultados das urnas, naquele processo eleitoral estranho e antigo, eu nunca havia visto em outra eleição americana. Vibrei com Obama e também aplaudi o discurso do adversário derrotado: elegante, humilde e digno.
Não tenho como ver o futuro. Não posso adivinhar como o presidente eleito se sairá comandando a maior crise econômica desde o crash de 1929; não sei qual será a política externa de Barack Obama; não poso prever qual será sua postura diante dos problemas mundiais. Por tudo isso continuarei torcendo pelo melhor.
Vivo o momento histórico quando um negro de quarenta e sete anos, portanto da minha geração, vence a campanha para presidente dos Estados Unidos, unindo o seu país e simbolizando a força da democracia mais antiga do mundo. Acho que guardarei esse dia na memória enquanto espero que o gigante do norte levante-se e se irmane ao restante da humanidade.
Evelyne Furtado, em 05 de movembro de 2008.
Chegaram a proclamar o fim da maior potência mundial com a atual crise econômica . Houve até quem comemorasse o declínio dos Estados Unidos da América, como se a queda do gigante não afetasse todo o planeta.
O anti-americanismo alastrou-se pelo mundo na era Bush e não sem razão. A arrogância, a belicosidade e o desrespeito às demais nações era aviltante.
George Bush, porém, tem data marcada para mudar de endereço e quem habitará a Casa Branca será um negro, filho de emigrante queniano, criado entre a Indonésia e o Hawai.
O simbolismo da eleição de Barack Obama é importantíssimo. O presidente eleito nasceu três anos antes do fim de segregação naquele país. Em 1961, ano em que Obama nasceu, a população negra ainda tinha que ceder lugar em ônibus aos brancos e era obrigada a usar banheiros publicos separados, para não citar outros absurdos racistas.
Em um tempo historicamente curto, em que muitos ainda lembram o sonho de Martin Luther King, um negro chega à Casa Branco. Um salto entre a vergonha e a admiração.
A campanha eleitoral foi um espetáculo caro até para os padrões norte-americanos. Confesso que torci por Hillary Clinton nas primárias e nada sabia sobre o seu adversário. Depois me interessei por Obama e durante a campanha passei a admirar a serenidade, a fluência e a elegância do candidato democrata.
Não me cabia votar, mas torcer por ele ninguém me podia impedir e torci. Cheguei a me questionar, pois não se tratava de uma competição esportiva, porém foi impossível ficar imune.
A eleição foi emocionante. Em um país no qual o voto é facultativo, vi pessoas em filas enormes na intenção de escolher quem os guiaria nos próximos quatro anos.Vi a vontade de mudar. Vi a esperança no povo que forma aquela nação, que muitos julgavam morta.
Obama é o sonho de Martin Luther King realizado, não apenas por ser negro, mas por representar a esperança na sua história de vida de filho de emigrante que venceu as dificuldades através do conhecimento e do trabalho.
Afinal, ele se formou em Direito em Haward, onde se destacou, sem pertencer a uma família tradicional e rica americana. Claro que esse feito isolado não o credenciaria a ser Presidente, mas junto ao carisma, às demais qualidades que já lembrei acima e ao discurso prometendo unir a América, opondo-se a política anterior, sim.
A comoção da população com os resultados das urnas, naquele processo eleitoral estranho e antigo, eu nunca havia visto em outra eleição americana. Vibrei com Obama e também aplaudi o discurso do adversário derrotado: elegante, humilde e digno.
Não tenho como ver o futuro. Não posso adivinhar como o presidente eleito se sairá comandando a maior crise econômica desde o crash de 1929; não sei qual será a política externa de Barack Obama; não poso prever qual será sua postura diante dos problemas mundiais. Por tudo isso continuarei torcendo pelo melhor.
Vivo o momento histórico quando um negro de quarenta e sete anos, portanto da minha geração, vence a campanha para presidente dos Estados Unidos, unindo o seu país e simbolizando a força da democracia mais antiga do mundo. Acho que guardarei esse dia na memória enquanto espero que o gigante do norte levante-se e se irmane ao restante da humanidade.
Evelyne Furtado, em 05 de movembro de 2008.