"Fotos de Eloá, A Mocinha Assassinada, na Internet" = Crônica de indignação=
Estão circulando na Internet mais de 50 fotos da Eloá, a menina assassinada pelo anormal chamado Lindemberg. Recebi-as de um amigo e senti-me obrigado a ser bastante franco com ele. Disse-lhe, claramente e com todas as letras, que considero um verdadeiro desrespeito para com a memória da menina a divulgação das tais fotos que explicam “os ciúmes de Lindemberg”. Fotos em que a mocinha aparece fotografando-se ou sendo fotografada em poses sensuais, mas não imorais ou permissivas.
A muito jovem Eloá viveu até alguns dias atrás em uma sociedade cada vez mais permissiva, cada vez mais cheia de apelos à sensualidade; com apelos freqüentes à forma física perfeita; com o sexo sem responsabilidade sendo cada vez mais banalizado. Cresceu assistindo novelas nas quais o início de namoro já se torna a hora de se compartilhar a cama na casa de um ou de outro; em que ser mãe solteira é o usual e corriqueiro; em que todos os tipos de relacionamentos são considerados normais e sadios. Porque então não poderia fotografar-se para admirar a própria beleza, o próprio corpo? Não vejo nisso nada demais. Vejo , isso sim, algo demais em que se dá ao trabalho de conseguir e publicar as fotos dela. Fotos que pertenciam a ela, coisas pessoais, que deveriam ser consideradas sagradas por serem de cunho estritamente pessoal. Ela não as tirou para vender, para aparecer em revistas, para serem divulgadas de graça ou pagando. O amigo que me enviou a mensagem com as fotos tem uma filhinha pequena. Será que ele gostaria que, Deus o livre e guarde, acontecendo no futuro uma tragédia parecida com sua filha, que fotos similares fossem divulgadas na Internet ou em qualquer outro tipo de mídia? Duvido muito.
Deletei a mensagem. Não compartilho com certas atitudes que considero desrespeitosas para com o próximo. Ou com a memória de alguém.