O MUNDO AMANHECEU DIFERENTE
Com o slogan “Yes, we can” (sim, nós podemos), o Democrata Barack Obama venceu as eleições do Estados Unidos da América e rompeu uma barreira racial que atualmente já foi abolida legalmente, mas que ainda impera de forma radical nas entidades sociais e nos costumes americanos, a ponto de se ver jovens ou pessoas mais idosas dizerem que odeiam os negros. Como pode um ser humano odiar o outro? Se a cor fosse ingrediente de discórdia para as relações entre as pessoas, então não deveriam haver outras cores como o vermelho, o amarelo, o azul, o verde etc.etc. Mas, ao contrário, quanto mais cores temos, maior a beleza do cenário. Assim devem ser as relações; quando maior as tribos, maior a integração e a propensão a um futuro cheio de alternativas. Assim é o Brasil; um País misto na sua composição racial, mas que todos vivem bem entre si, embora existam alguns poucos ranços de racismos.
No discurso de Barack Obama ele considerou sua eleição como o marco de uma história, comparando-a ao rompimento do muro de Berlim e outros acontecimentos de mesma ordem que também marcaram uma época na história de outros povos, através da quebra de épocas arcaicas e desastrosas que só trouxeram ódio e separação para as Nações que poderiam ser irmãs e que mantinham um afastamento político apenas em nome de ideologias ultrapassadas e ditatoriais que massacravam as artes, os movimentos sociais e a liberdade individual dos cidadãos.
O curioso é que a condução das eleições de Barack Obama – embora trouxesse a uni-presença de sua figura afro – não continha motivações que visassem atingir esse lado negro da história dos Estados Unidos, tanto que seus discursos jamais conclamaram que os negros alcançassem seu lugar. A sua inteligência não permitia colocar os irmãos de raça “num fundo de panela” como se fossem cozinhados pelo sistema americano. Discutiu a questão de forma igualitária e sem submissão, mas freando nos discursos qualquer menção à causa negra, para não estigmatizar um paradigma unicamente racial. Sempre disse que estava ali – como candidato – para apresentar soluções para a governabilidade mais democrática e mais eficiente no que diz respeito à condução dos conflitos externos e das questões econômicas, considerando a grande crise enfrentada inicialmente pelo País do Tio Sam e expandida pelo mundo à fora.
O fato é que a crise americana desencadeou no eleitorado americano um lado até então desaquecido como fonte de eloqüência na política interna. Antes dessa crise, o povo americano se julgava inatingível na sua estrutura rudimentar econômica, pois a achavam inexorável como elemento de sua supremacia mundial, não temendo o desastre que uma economia mal administrada poderia produzir no dia-a-dia das pessoas. Quando depararam com sua economias reduzidas e vendo que a tendência do futuro era nefasta, passaram a entender que deviam olhar para seu próprio interior buscando alternativas políticas que atingissem além do holofote da fama internacional, através daqueles conflitos que se instalavam em regiões distantes, mas que serviam de luminosidade para consagrar o nome da Terra do Tio Sam.
Neste momento o Mundo deve render glória a Deus por ter imprimido uma dinâmica diferente nesse cenário preocupante que ocupava nossos dias com o temor de guerras iminentes. Nós da América do Sul temíamos pelas constantes farpas que Hugo Chaves trocava com o atual Presidente dos Estados Unidos, Jorge W. Busch, sendo que este último via nesse diálogo ostensivo um ingrediente propício para resolver uma questão que hoje não rende dividendos políticos, pois o petróleo deixou de ser a “bola-da-vez” no universo da propulsão automotiva, em face das questões ambientais e das alternativas no futuro, como bio-diesel, etanol etc.
Não sabemos qual será a política econômica internacional a ser empregada pelo Governo do novo eleito, principalmente quanto ao Brasil e sua expectativa de vanguarda em torno de nossa produção de álcool e outros derivados de produtos agrícolas que geram energias; mas temos consciência que os Estados Unidos está se abrindo para a discussão mundial em torno das questões ambientais e isso nos traz esperança de que possamos ser um parceiro em potencial dos Estados Unidos no fornecimento de energias alternativas. Creio que tendo um Governo menos radical e com expectativa de melhorias na sua política interna, o Governo da Terra do Tio Sam irá conduzir as relações comerciais com o Brasil com menos peso, retirando os embargos que impedem nossa proximidade. Talvez por isso, o nosso Presidente Lula abriu sua opinião em torno das eleições dos Estados Unidos, declarando abertamente que torcia pela eleição de Barack Obama.
Enfim, a tendência mundial se reflete nessa eleição dos Estados Unidos, ou seja, os povos estão vendo que precisam de mudanças para atingir uma sociedade mais harmônica e unida em torno do propósito da globalização. É preciso democratizar, sem esquecer das noções básicas de soberania, sobrevindo neste século uma questão Universal que está sendo incorporada em cada País, que é a preocupação com o meio ambiente. Essa união de forças nos leva a crer que o homem tende a ser mais pacífico doravante, já que o momento é de preservação da espécie considerando que a natureza não tem perdoado as alterações produzidas pelo homem no decorrer dos séculos.
Parabéns! Povo norte-americano... Já era hora de todos entenderem que não adianta se achar além da sua realidade como homem. O nosso Pai e nosso Mentor é dono do Universo e todos nós devemos a ele uma satisfação de nossos atos. Por isso, devemos fazer deste momento aquela famoso corrente, numa marcha de todos com todos, para facilitarmos a vida da maioria.