Anoitecer

É tarde. Quase fim de um dia. O sol lentamente declina e vai perdendo o

seu colorido natural e lindas cores vêm no entardecer.

O horizonte muda totalmente. Cores que nem percebemos realmente de várias

tonalidades entram em nossa alma dando um colorido majestoso.

Percebemos que a transformação se opera no azul celeste, tudo muda,

aos pouco o azul não é mais azul e sim uma fusão de cores

inexplicáveis dando um tom maravilhoso na natureza. Refletindo nas

árvores, tornando-as em esverdeado escuro.

Olhamos o céu e vemos bando e bandos de aves que se recolhem para o seu

ninho. Com o cantar dolorido como se despedisse daquele dia que foi lindo;

Lentamente as nuvens mudam o seu colorido de minuto para minuto, sem que

percebemos o sol se declina e as nuvens tornam se cada vez mais escuras e sem

sentir a noite chegou.

Tudo agora é sombra. É aquela escuridão impenetrável.

Mesclada de estrelas que surgem noite à dentro.

Todo fim nos trás nostalgia, uma vontade de recolher, de isolar e somente

quem não tem sensibilidade não sente o que um fim de tarde pode

transformar em nossa alma.

A noite com sua solidão que nos cativa, trazendo paz ao nosso

espírito cansado da luta diária. E para alegrar mais ainda milhares

de estrelas cobrem todo o universo e juntamente com ela a lua, a luz das

trevas, luz que não deixa a noite ser tão tenebrosa.

A noite segue adentro com o seu silêncio e são poucas as pessoas que

percebem o maravilhoso silêncio das noites e a comunicabilidade que existe

nesse calado das madrugadas.

Se parássemos para escutar o que diz a noite, ficaríamos sem saber

se existem vozes perdidas no espaço ou se é a natureza que nos diz

coisas tão belas.

1969

ZEL
Enviado por ZEL em 06/01/2005
Código do texto: T1267