TROCA DE TUMBAS
Quando menos esperava recebi um telefonema da minha querida irmã Gracinha, pedindo-me para ir ao encontro dela no cemitério da nossa cidade. Um lugar para quem não está acostumado meio sinistro. Talvez por não me acostumar em ir visitar esses lugares. Confesso que eu não gosto. Mesmo que seja um lugar que nos passe certa tranqüilidade. Mas vamos aos fatos:
Somos órfãos já há muitos anos. E assim lá fui, ao encontro. Ao chegar encontrei-a, num dia antes do dia de finados. Abracei iminha querida irmã, e começamos a falar sobre o assunto que nos interessava. Bom, como sempre ela meio desleixada me propôs reparar o lugar aonde se encontrava os restos mortais dos nossos bem-queridos.   
Até neste momento tudo corria tudo muito bem. Mas em certo momento surgiu uma duvida na cabecinha de Gracinha. Dissera simplesmente que devido termos nos afastados daquele local, desconfiava que a pessoa que estava fazendo-nos o favor de restaurar a tumba, devia estar fazendo de bom grado, mas pra ela algo lhe dizia  termos pedido para o mesmo fazer um serviço no local errado, termos feito uma troca de tumbas.. Mesmo assim o nosso amigo continuou a fazer o serviço..
Ela com certa emergência; percebendo ao mesmo tempo algo errado, telefonou de imediato para uma das parentas e pediu-lhe que a socorresse, pois que a mesma viesse ao nosso encontro. Tudo bem se passou algum tempo. E no momento que essa pessoa chegou, foi logo nos  dizendo:
Parabéns  meus filhos! Vejo que em vocês perdura um bom coração. Pois nada melhor que uma boa ação, ao se sentir sensibilizados, e terem cuidado daquele que merecem um pouco de atenção.
No momento não estávamos realmente entendendo nada. Mas ela continuou. Só que lamento dizer: que o mesmo trabalho terá que ser feito nesta que está aqui próxima, ao nosso lado, e que essa alma agradeça por tido um pouco de cuidado de vocês.
Colocamos a mão na cabeça , quando de repente passa por Gracinha, uma senhora já de certa idade que para ela sorri e dá com a mão um aceno em agradecimento. Minha irmã aproxima-se de mim, querendo mostrar aquela a qual lhe sorrira, e logo desaparecera num piscar de olhos. E assim percebemos que devemos fazer o bem sem olhar a quem!