Noctívago
Passei a observar a noite
Como aquele que um brinde propõe
Elevei uma taça ao vento
E vi de longe uma estrela
Que se despedia do céu
Caindo com a lei da gravidade
E o senso comum pede que se faça um desejo à cadente
E por que haveria eu de pedir-lhe algo
Se ela sequer teve forças de se manter no firmamento
Se ao menos conseguisse se suster no alto da escuridão
Daí sim conseguiria realizar meus pedidos...
Podem cair todas, e nem mesmo uma delas
Realizará nossos prestígios
Se sua sina é despencar-se em lugar algum
Queira, Deus, que meu amor
Seja não como as estrelas que brilham pouco
E no mais das vezes caem,
Mas que seja como a lua que manifesta
Seu brilho e descansa para que seja
Mais intensa no outro dia