De volta ao jardim

Há algum tempo escrevi sobre o pé de acerola plantado em meu jardim.

Hoje volto ao jardim, não para falar de rosas, pois estas não fazem parte do mesmo, mas para exibir minha alegria ante um pé de uvaia carregado de frutinhas amarelas, tal e qual uma árvore de natal.

Sei que muitos nunca ouviram falar desta frutinha: Maior que uma acerola, bem amarelinha e mais azeda que uma pitanga. Porem, rica em sumo, de sabor agradável e ótimo para suco.

Quando ganhei a muda, ela era ainda bem tenra; eu não a conhecia muito bem, mas sabia que era uma árvore elegante, de pequeno porte, com folhas miúdas e bela coloração. Optei por plantá-la em meu jardim; que mais parece um pomar, já que em pontos estratégicos cresce uma pequena arvore frutífera.

Para a uvaia reservei um lugar de destaque bem defronte a minha varanda. Tive, portanto a oportunidade de acompanhar passo a passo seu crescimento: Vi surgirem os primeiros brotos, o alongamento de seus finos galhos, suas folhas miúdas de um verde claro ao rosado.

Só eu notava que ela crescia e tomava forma... Porque as árvores são assim: a gente não vê, mas elas crescem!.. Como num tratamento de reabilitação, as melhoras surgem lentamente; numa conquista diária que só notamos quando aquele músculo ou nervo, que não respondia, começa a desempenhar sua função mesmo que de forma tosca. Assim também o pé de uvaia ia se fazendo adulto. E veio a primeira floração; ainda um pouco tímida, mas que me encanou ao observar o surgimento de pequeninas flores brancas como uma esponjinha mais parecendo flocos de algodão. Em seguida surgiram frutinhas, em princípio verdes, para aos pouco amarelarem até se fazer de um amarelo forte. Foram poucas, talvez por serem as primeiras. Mesmo assim me encantou!

Eu não entendia como muitos que por ali passavam, não observavam a beleza do espetáculo. Achei que por serem ainda poucas a se apresentarem, não chamava muita atenção.

Mas, este ano!.. O encanto foi maior!.. O espetáculo se fez reluzente desde a floração. Em setembro a pequena árvore estava branca, como se em meu jardim caísse neve... E agora em fins de outubro, diante de minha varanda, surgia uma árvore de natal repleta de bolinhas amarelas! Com o passar dos dias, não só o chão a sua volta se cobria de reflexos amarelos, como eram colhidos cestinhos repletos de frutos, para um delicioso suco.

Mesmo diante de toda aquela beleza, nada mudou quanto a pouca atenção dos que por ali passavam. Apenas uma, das minhas filhas e o jardineiro teceu comentário. Nem mesmo as crianças se aventuravam a colher e saborear os pequenos frutos.

Que pena!...Por não saberem ver, perdem um belíssimo show!... E como também não sabem ouvir... não escutam, diariamente, por todo o dia, a melodia do “canto lamento” do sabia, proclamando ao fundo: O Milagre da Vida.

Lisyt

Lisyt
Enviado por Lisyt em 03/11/2008
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