(Imagem: Sagrada Família - Rafael)
(Música: Minueto 9 - Mozart   )

 

Paz significa um estado de calma, de tranqüilidade no qual impera a ausência de conflitos. Essa palavrinha de apenas três letras e de enorme abrangência e significado, ultimamente, têm servido de escudo para a hipocrisia. A paz como objetivo é instrumento manipulável e a serviço dos que detêm o poder. Ela sempre fez parte do repertório dos discursos dos hipócritas convictos e dos tiranos de plantão. Em nome da paz se promoveram guerras e desavenças entre os homens e nações.

 

Felizmente, a humanidade não se compõe somente de hipócritas e tiranos, de vez em quando aparece um ser iluminado, que antes de pregar a paz, vive a paz. O maior exemplo foi dado por Cristo ao perdoar os seus algozes. Infelizmente, nem sempre, os ditos seguidores de Cristo vivenciaram e promoveram a paz em sua plenitude. Muito pelo contrario, em nome de Cristo, da Terra Santa e da hegemonia da casta doutrinal promoveram guerras e desavenças. Outros como Gandhi, Mandela, Martin Luther King, não apenas promoveram a paz, mas a vivenciaram em sua plenitude.

 

A paz para o ser humano tem sido como a felicidade, ou seja, uma eterna busca. Enquanto for apenas uma busca ela mais parecerá uma miragem e estará sempre distante. O leitor então perguntará: “é errado buscar a paz?” E eu responderei: não. O errado é acreditar que a paz é uma busca, um objetivo de políticos e líderes bem intencionados. Para a maioria das pessoas a paz é responsabilidade de políticos, de lideres pacifistas e religiosos. Poucos políticos na história na humanidade escreveram o seu nome no livro da paz, pois governar, na maioria das vezes, é administrar interesses, ganâncias e egoísmo e o egoísmo é o inimigo numero um da paz.

 

A paz é a ausência de conflitos e os conflitos existem em três dimensões. O primeiro é o conflito da pessoa consigo própria, é a guerra interna, que além de aniquiladora é a origem de outras guerras. O segundo conflito é a guerra do homem contra o outro homem, esse conflito atinge as famílias, as sociedades, as igrejas, as religiões e as nações, na maioria das vezes o egoísmo, a ganância e poder estão em jogo. O terceiro e último é o conflito do homem com a natureza, que apesar de ser mãe e criadora, responde às agressões com o princípio da ação e reação.

 

Quando cada indivíduo, sem restrições, despertar do sonho negro do egoísmo desenfreado e passar a viver a paz com estado de consciência, não apenas como objetivo longínquo e inalcançável, a humanidade como um todo e pessoa como individuo viverá a paz como ela deve ser vivida e não apenas sonhada e nunca realizada.

 

 

Está é a primeira crônica de uma série intitulada: NO CAMINHO DA EVOLUÇÃO que será publicada semanalmente.


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Roberto Pelegrino
Enviado por Roberto Pelegrino em 03/11/2008
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