E, EU DANCEI NAQUELA NOITE.
Recente, fui a uma festa para comemorar a posse da nova Presidenta do Tribunal Regional do Trabalho da 18ª Região, a Juíza Kathia Maria Bomtempo de Albuquerque, por sinal, uma linda mulher que sabe dançar muito bem.
Acompanhada habitualmente por minha família, participamos de tudo. As barreiras de concreto, caso existam, ficam transponíveis diante do entusiasmo e da criatividade.
A festa estava linda e a seleção musical voltava-me ao tempo em que o salão era o meu palco. Era madrugada, quando quis ouvir a música de perto. Sozinha, deslanchei minha cadeira e posicionei-me ao lado do conjunto, no início da pista de dança, quase vazia. O cérebro fremia, o coração enamorado buscava o passado. Mentalmente, soltei os laços dos meus passos dançarinos em trejeitos e rodopios cheios de graça e euforia. Estava dançando à minha maneira. Qual não foi a surpresa, quando de repente percebi que afloravam, de todos os lados, pessoas risonhas que graciosamente entravam dançando no salão, valorizando especialmente a parte superior do corpo. Era como se fosse um bailado previamente ensaiado. Os braços dançarinos faziam a festa e incentivavam-me a novos avanços na arte de dançar. Tentei imitá-las, aprendendo manejos sutis e elegantes. Senti-me parceira e minha cadeira ficou leve, ligeira... Parecia que o salão havia sido invadido por uma legião de anjos e as asas ficaram por conta de minha fantasia. O céu estava ali ou eu havia transcendido os liames da terra?
E, eu dancei naquela noite!