HÁ LETRAS QUE UMIDECEM OS OLHOS
HA LETRAS QUE UMIDECEM OS OLHOS
Marília L. Paixão
Muitas vezes o dia começa como se fosse um relógio travesso. O meu dia começou feito um verdadeiro Halloween de estranhas emoções boas e más. Acordei com a testa franzida com cara de quem vai se dar mal se sentindo uma idiota de madrugada. Voltei para a cama. Fiquei lá esperando clarear a manhã e depois me levantei para encarar o dia. Que já seria o tal dia "pesado" de colocar carvão na fogueira, seja da vaidade ou da justiça, seja do amor ou do abandono. Estava assim semi-armada até vencer os obstáculos e conseguir tudo que queria. Não da forma que queria, mas de uma forma razoável. Afinal, nem tudo é perfeito e nem tudo é eterno.
A tarde me encontrou mais relaxada. Uma skoll e outra skoll e tome comigo mais uma skoll foi uma boa pedida para relaxar e relaxei. Vi a noite se aproximando com mais alegria e conclui que a felicidade vem aos pouquinhos e nunca de graça. Primeiro a gente chora ou briga muito, pois tem muita gente tentando se meter na felicidade da gente com outras traças. Hoje não seria o meu dia de chorar e o de brigar já tinha sido o dia anterior. Hoje seria meu dia de vencer o amargo ou desistir do caminho e acabei comprando ameixas.
Estava eu lá toda feliz e nem sabia que ao chegar em casa tinha mais felicidade me esperando. Foi então que descobri que estava errada. Hoje era meu dia de chorar sim.
Chorar por que Ana conseguiu chegar até aqui. Chorar por que a Ana que me fez amar o nome Ana resolveu dar as caras. Chorar por que Ana, uma outra companheira nossa das letras veio nos presentear com sua visita. A Ana que ama tanto os animais. A Ana que como muitas pessoas aqui conseguiu ver graça em minhas letras e veio até aqui ver se encontrava o traço delas. A Ana que possui letras que é de invejar qualquer ser vivo. A Ana portuguesa com certeza que me inspira toda e qualquer coisa bonita que coloco o nome de Ana. A Ana que é responsável por eu ter criado um personagem com este nome e que vive em terras elevadas.
Eu vou ficar torcendo para que Ana volte. Essa Ana real se chama Ana Marques. Essa Ana que falo não é minha personagem. Esta é a Ana escritora. Quanto à qualidade dos seus escritos eu daria a tarefa de decifrá-la a todos vocês. Quem sou eu para fazer uma humilde referência com a maestria necessária?!
Mas agora o que eu devo mesmo à Ana é um grande pedido de desculpas. Desculpe-me Ana pela bela desaparecida que eu dei sem deixar nenhum bilhete de adeus e não mais volto ou até logo vou sumir por muitos meses. Desculpe-me Ana por ter lhe comprado postais que não mandei. Por ter lhe escrito cartas que não cheguei a colocar no envelope. Por ter tirado fotos e não enviado. Por ter mudado de endereço, ter prometido mandar pelo correio com as tais fotografias que nunca foram reveladas devido à era digital. E tão sem desculpas, pois já que existe o e-mail e tantos sites de poemas, eu descaradamente fiz que de ti não mais lembrava e sequer posso culpar a minha mente desmemoriada, por que não tem como não lembrar de ti sempre que vejo ou escrevo o seu nome.
Pode me atirar trezentas pedras ao invés de me tecer um elogio como o fez singelamente em um dos meus textos. Eu que vi seu nome lá e me veio em mente uma Lúcia Marques do tempo do colegial. Ana Marques?! Pensei... Ana Marques... Até que caiu a ficha e eu chorei.
Agora sei que podemos vencer o mundo, mas nunca nossas emoções. Deixei-me desmoronar feliz depois de um dia de vitória. É por isso que me deixo lhe encontrar com a alma leve, é por isso que peço que você me leve onde em seu coração o perdão me perdoe e proclame o nome forte da beleza e da amizade. Que seu perdão queira se hospedar em nossas terras brasileiras. Que você possa freqüentar conosco este ambiente sentindo-se em casa.
Que o primeiro texto que você postou hoje seja apenas um oi entre os milhares de outros que aguardo e espero que venha desejar compartilhar conosco. Tenho certeza que você será bem recebida por todos e também admirada. Muito, muito, muito, muito obrigada. Obrigada por se lembrar de mim e não ter desistido de me encontrar mesmo depois de dois meses em minha procura. Lembre-se Ana, onde mora você, mora a ternura.
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Quem quiser conhecer ana e for digitar em autores, digite AnaMarques
http://www.recantodasletras.com.br/poesias/1256708