ONDE EU ESTAVA COM A CABEÇA?



Onde eu estava com a cabeça? Anatomicamente sob o pescoço que é o devido lugar para se ter uma cabeça, porém só aparentemente, pois a mente não estava lá.

Vinha me recuperando da dor na lombar e tive a primeira tarde agradável em dias. À noite quebrei a dieta e o pé.

Valeu à pena quebrar a dieta, afinal era aniversário de minha irmã e saboreei sem culpas as calorias em formas de salgados e doces deliciosos.

Quanto ao pé, nada a fazer senão voltar ao repouso, agora calçando um modelito nem um pouco elegante, mas adequado para sarar a fratura.

Acabei de ler o  texto de Ângela Gurgel e comentei que no creo en las brujas. Yo no creo, mismo! Nenhuma bruxa me empurrou degraus abaixo.

Na verdade eu ando nas nuvens e caio vez ou outra. Como ver um degrau quando estou com o pensamento tão longe dali? 

A queda de terça-feira foi literal. Bolsa para um lado, chaves do carro para o outro, eu estatelada no chão. 

Fui atendida na hora. Rodeada de gente, entre elas uma prima enfermeira que imediatamente trouxe o ártico para o meu pé machucado e três ou quatro cavalheiros que me ergueram com cuidado. 

Andei questionando os acontecimentos recentes e acho que tem um sentido além do meu estilo "aquariana estabanada" e dessa lua em escorpião que mexe com minhas emoções.

Tem sim e não está ligado às bruxas. Há um Ser maior freando meus passos e pensamentos. Há anjos cuidando de mim e um bridão me obrigando a parar, como no texto de Zelinha.

_ "Juízo, Evelyne! E pelo amor de Deus, olhe por onde anda. Ainda há tempo de aprender a manter a cabeça no lugar".


Evelyne Furtado, em 31 de outubro de 2008.
Evelyne Furtado
Enviado por Evelyne Furtado em 31/10/2008
Reeditado em 06/11/2008
Código do texto: T1258446
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