Noite paulistana de fim de junho
Noite paulistana de fim de junho
Anoitece de repente, com cores tão lindas que até parecem uma pintura impressionista. Dizem que é a poluição que dá esses tons “dégradés” ao lusco-fusco do crepúsculo; para mim só importa a beleza, não quero saber de abstrações.
As luzes das ruas começam a acender-se e, aos poucos, as janelas dos prédios vizinhos também se acendem, proporcionando mais luz na escuridão da noite. . . São os vizinhos que voltam para casa ou de uma árdua jornada de trabalho ou de estudos ou, quem sabe, de um dia passado flanando pela cidade ou fazendo compras num shopping, ou assistindo a um bom filme. Afinal de contas, é preciso saber distrair-se, porque, realmente, ninguém é de ferro!
Gosto de Sampa à noite, aliás, sou suspeita para falar, pois já confessei meu amor incondicional por esta cidade, embora reconheça todos os seus defeitos. Não dizem que o amor é cego?
As vitrines iluminadas, as lâmpadas piscando, o brilho dos faróis dos carros refletidos no asfalto, a noite escura trazendo a perspectiva de um radioso amanhecer...
Amanhã será um novo dia, num novo mês, numa nova lua, numa cidade que se renova em
cada alvorecer.