Manhã paulistana de um dia qualquer
Manhã paulistana de um dia qualquer
Gosto da parte da manhã, com a rua ainda quieta, a casa silenciosa e o dia prenhe de esperanças.
Tomando o café indispensável - paulistano que se preza nunca o troca pelo chá – fico pensando no que me reservará, e ao mundo, o dia de hoje.
O vizinho carrancudo da esquina me sorrirá com um “Bom-dia” sonoro; o dono do cão poodle branco, mais bem tratado que muitas crianças, se esquecerá de parar no meu jardim; acharei vaga para estacionar fácil, fácil; não presenciarei, nem serei vítima, de nenhuma violência; conseguirei ver o azul do céu acima dos edifícios cada vez mais altos; sentirei o calor do sol fugidio.
O mundo viverá um dia de paz na África, no Iraque, na Colômbia, em toda parte; não haverá fome nem desemprego e os pais poderão ver seus filhos crescerem felizes e saudáveis.
Até quando isso será uma utopia?
Pelo menos ainda nos resta o direito de sonhar e esperar por dias melhores!