Resumo de um Sonho
A movimentação da vida em toda a sua plenitude é surpreendente.
Há anos adquiri o hábito e o gosto extremado pela leitura e pela escrita, o que hoje talvez seja uma das coisas das quais dedico grande parte do meu tempo e atenção.
Aprecio sem moderação a Filosofia em todas as suas vertentes repleta de pensadores que indagam os primórdios da existência.
O cinema retratou muitas vezes a história de escritores antigos e mistérios que envolviam suas obras.
A igreja perseguiu e caçou durante muito tempo àquele que ousasse usar palavras para dizer o que não fosse autorizado, o que fosse pecaminoso ou que infringisse quaisquer de suas muitas, e hoje por sorte, obsoletas imposições.
Essa citação me fez lembrar em especial do filme “O Nome da Rosa”, além de a trama ser muito bem desenvolvida em redor dos desejos e romance proibidos do jovem seminarista, trazia o mistério da morte de quem manipulasse o livro proibido.
Talvez hoje em dia, o estigma que ainda envolva a prática da leitura venha da época medieval. Os livros eram todos manuscritos, costurados, pesados e provavelmente fossem disponibilizados somente à nobreza, pois eram caros.
Enfim, com a evolução dos sistemas, a leitura ganhou um espaço um pouco melhor, e embora ainda caro, hoje em dia o preço dos livros foi muito reduzido em virtude das facilidades tecnológicas disponíveis a autores e editores.
Contudo, o que envolve a leitura é a magia que encontra quem escreve um texto.
Não imaginamos em nenhum instante quem são e quantas são as pessoas atingidas pelas palavras que escrevemos. Muitas vezes contando nossas experiências comuns a todos os humanos, sejam de indignação, de reivindicação, de dor ou de amor.
Nossos leitores são amigos imaginários, pois embora existam, não podemos saber suas opiniões ou vê-los, salvo aqueles do nosso convívio.
Fico encantada com a capacidade de criação que a leitura desperta. Uma frase basta.
Durante os últimos dias passei a revirar antigos manuscritos, pois ensaiava escrever desde os dez ou doze anos de idade, e como toda menina com essa idade naquela época, tinha caderno de recordação, pensamentos e poesias. Sempre copiava um ou outro, mas também escrevia os meus.
Ao poder reler tudo aquilo passados tantos anos, percebi que nossa essência aflora cedo. Alguns daqueles textos servirão como base para outros em breve, mas as colocações passadas continuam atuais.
Hoje, sou tão feliz por poder escrever rapidamente nessas teclas de computador sem ter de manchar meus dedos na tinta da fita da máquina de escrever, além de ter de ficar ouvindo minha mãe pedir insistentemente para que eu fosse dormir e deixasse de fazer barulho, pois as máquinas de escrever não eram nada silenciosas.
Por sorte, há algo que envolve a escrita e a leitura que nem a maior invenção tecnológica poderá substituir: o poder transcendental da imaginação.