G II
Na segunda metade dos 70, chegava ao Brasil o G II. Revolucionário, utilizava duas lâminas em lugar de uma, proporcionando um barbear... Do resto você se lembra. A coisa pegou, claro. Quem por acaso não ia querer o tal? O modelão antigo, da noite pro dia, tornara-se perfeitamente boco-moco. E para os que começávamos a raspar os pelos, tendo-os ou não, melhor ainda, que a novidade marcava a distância entre as gerações em conflito.
Mas sabe o que eu vi no Pam, o “meu” supermercado em Padova? Um (mais) moderno, revolucionário método de barbear... E da mesma Gillette - que o meu ouvido, enganado, pensava ser marca francesa, e sempre foi norte-americana. (No Estado do Wyoming, por sinal, tem até uma cidadezinha chamada – Gillette. Será que o pessoal de lá... ?) Da hora, pois, é o Gillette Fusion, com, pasme-se!, CINCO lâminas! (Se você quiser, tem também o Gillette Fusion Power, que funciona a pilha... ) Não conferi, mas acho que só com habilitação. E imagino quando o poderoso alcançar a marca das dez, servindo, naturalmente, como arma branca. (A ex-britânica Wilkinson Sword, concorrente, fazendo jus à ascendência (era uma sword factory no XVIII), já tem o desenho de duas espadas cruzadas incorporado à marca... ) Uau!
Mas, atendendo ao air rétro (ou ao vintage outlook), quem sabe não voltemos às lâminas únicas, vendidas em estojo de papel e embrulhadas uma a uma (você talvez não saiba, mas elas continuam na praça... )? Ao menos enquanto não passarmos outra vez à navalha.
P.S. não adianta. Sempre coro, quando, no caixa do mercado, vejo a moça a dizer-me: “Le do una borsetta?”...