UMA FESTA DIFERENTE
UMA FESTA DIFERENTE
Ninguém sabia quem segurava quem.
Ombros encostados um no outro formavam um “V” de cabeça pra baixo. No mínimo, meia dúzia de cervejas e alguns goles de pinga na cabeça de cada um. E lá iam os dois descida abaixo. Viram um movimento numa das casas. Pararam.
- Deve ser festa, comentou um deles. Vamos entrar. Estamos nessa!
E entraram. Línguas meio enroladas, mas deu para sair o “alô”. Aqui e ali cumprimentaram a todos. Eram educados. Uns dois ou três tomavam café. Coisa esquisita, pensou um deles: café em festa boa! Outros bebericavam uma pinguinha. Se era das boas, pouco importava. Naquele momento a preferência era encharcar mais um pouquinho. Aceitaram a pinguinha. Desceu. Não devia ser das piores. De conversa em conversa, língua enrolada, descia mais uma. E mais outra!
Estava na hora, embora a festa estivesse boa, tinham que seguir adiante. E partiram pela noite adentro, pelas ruas e bairros. Afinal, a noite era longa...
No dia seguinte, a “ressaca”. Essa mesma, com direito a dor de cabeça! Com aquele jeitinho mineiro e umas ervas do campo, a dita cuja foi curada.
Papo gostoso. E papeando foram relembrando fatos da noite anterior: de tudo um pouquinho, surgia na mente de cada um como um “quebra-cabeças”.
- Ah! Não se esqueça de que estivemos Já naquela festa. Um festão! Devemos agradecer pela boa acolhida que tivemos, comentou um deles.
Perguntaram a amigos quem era o dono da festa. Explicaram direitinho, sem erro, onde ficava a casa.
A resposta foi fulminante. Não tinham participado de uma festa. Mas sim de um velório!