São Judas Tadeu
Recordo de minha infância passada em grande parte no São Judas, bairro rural de Barbosa Ferraz. Idos de 1980, tempo bom que não volta mais, saudade.
Típico lugarejo pitoresco do sertão brasileiro. A igreja de São Judas Tadeu onde minha vó materna foi zeladora por muito tempo e onde meus pais se casaram em 1978. A venda onde eu tomava guaraná Skol, garrafinha de 500 ml, uma delícia. E por fim a Escola Isolada Municipal Tomé de Souza onde estudaram meu tio Geraldo e minha mãe.
Todo esse núcleo rural característico contava ainda com um campo de futebol que sediava disputadas partidas do Campeonato Barbosense. E quase sempre eu levava uma bolada na cabeça. Talvez isso explique minha literatura desconexa.
Perto dali ficava o sítio dos tios Cristiano, Cida, Joaquim e Ditão. Que lugar incrível! Ali construí meus valores morais pelo exemplo de meus parentes sábios. Também ali despertou-se o meu amor pela natureza. Além dos pés de eucalipto, santa-bárbara e grevilha, tinha também laranjeira, limoeiro, mangueira, macieira, um vasto pomar.
Hoje as crianças não fazem um terço das traquinagens que eu fazia enquanto guri lá no São Judas. A moda hoje é ipod, mp4, internet, celular. Eu também utilizo de toda essa parafernália. Mas do meu pensamento não sai o sabor do leite tomado direto da teta da vaca Jarrinha, de manhã. Não me esqueço de todas as minhas aventuras pasto adentro. Parece que ainda ouço as músicas do Pe. Zézinho no autofalante da igreja do santo das causas impossíveis.