A FILOSOFIA PURIFICA A VONTADE
Até hoje não existe uma explicação para o surgimento na metade do século XIX de tantos e tantos “pessimistas” , se não vejamos: poetas, Byron na Inglaterra, Musset na França, Heine na Alemanha, Leopardi na Itália, Pushkin e Lermontoff na Rússia. Compositores: Schubert, Schumann, Chopin e, até mesmo tardiamente, Beethoven. E também, o mais pessimista dos filósofos Artur Schopenhauer. É dele que vamos tratar.
O Mundo como Vontade e Representação (a grande antologia do infortúnio), é uma obra de Schopenhauer, apareceu em 1881, é um livro que impressiona pelo seu estilo, foge da terminologia kantiana , do obscurantismo hegeliana e também da geometria espinosista,, é centrado na concepção do mundo como vontade e por conseguinte como luta e miséria, explicado de maneira clara e direta.
Nesse livro, Schopenhauer nos ensina que não é a riqueza, mas a sabedoria, que constitui o Caminho. “ O homem é ao mesmo tempo o esforço impetuoso da vontade ( cujo foco está no sistema reprodutor) e o agente eterno, livre e sereno do conhecimento puro ( cujo foco é o cérebro). É admirável sentir que o conhecimento, apesar de nascido da vontade, pode ainda dominar a vontade. A possibilidade da independência do conhecimento aparece na maneira indiferente pela qual o intelecto, ocasionalmente, reage aos ditames do desejo .
O intelecto exerce poder sobre a vontade, permite um desenvolvimento deliberado. O desejo pode ser moderado ou acalmado pelo conhecimento e acima de tudo por uma filosofia determinista que vê em tudo resultado inevitável de seus antecedentes. “De dez coisas que nos aborrecem, nove não nos aborreceriam se as conhecêssemos integralmente em suas causas e, conseqüentemente, compreendêssemos sua verdadeira natureza... Pois o que o freio e o bridão são para um cavalo indócil, o intelecto é para a vontade no homem”. Nada confere maior equilíbrio ao ser humano do que o conhecimento claro. Quanto mais conhecermos nossas paixões, menos elas nos controlam e “ nada nos protegerá tanto de uma coação externa como controle de nós mesmos”. A MAIOR DAS MARAVILHAS NÃO É CONQUISTAR O MUNDO, MAS DOMINAR A SI MESMO.
Pela ótica de Schopenhauer, a filosofia purifica a vontade. Mas a filosofia tem de ser tomada como experiência e pensamento, não como mera leitura e estudo passivo.
Assim, caro leitor/leitora, com ajuda do “parceiro” Will Durant, é que consegui elaborar este texto.