FIM DAS ELEIÇÕES

FIM DAS ELEIÇÕES

O período em que os brasileiros cumpriram seu dever de cidadãos, elegendo seus candidatos a prefeito e a vereador, cumprindo as normas que regem a cidadania no país terminou. Esperamos que a confiança depositada nos candidatos fosse correspondida à altura e que as mazelas de hoje não se repitam no amanhã. A esperança maior da população está nos seus representantes políticos. O fracasso e o sucesso delinearão se seu voto foi acertado ou errado. O eleitor - fixa sua mente no clichê popular de que a esperança é a última que morre. Embora a maioria adote a lei do menor esforço, muitos esperam pela força, garra, vontade de trabalhar - isento - do conforto das poltronas, fiscalizando as necessidades dos bairros onde a maioria dos eleitores lhe apoiou e confiou seu voto.

Todo político sabe do valor que o voto tem. A sociedade anseia viver em paz – consigo - mesmo, mas infelizmente viver de qualquer modo é de todos e em paz consigo mesmo é serviço de poucos. Ainda acreditamos que existam políticos de bem, honestos e leais representantes do povo. Se a saga da corrupção e dos desmandos administrativos continuarem é melhor fechar o país para balanço. “O homem de muitas perfeições vale por muitos. Ele torna a vida feliz e transmite este prazer aos amigos. A variedade casada com a perfeição torna a vida agradável. É uma grande arte saber aproveitar tudo o que é bom. A natureza fez do homem sua obra-prima, um resumo das qualidades naturais. “Que a arte o converta, pelo exercício e pelo cultivo, em um universo tanto de bom gosto como de inteligência.”

Vamos ter que colocar em jogo novamente nossas aspirações por um Brasil melhor e mais humano. Que as capitais brasileiras e mesmo os municípios mais longínquos tenham condições de proporcionar a sua população um tratamento digno e de ser humano. O sucateamento das prefeituras será um entrave para alguns prefeitos que assumem em primeiro de janeiro. O fato é real conforme informação dos Tribunais de Contas dos Municípios. Queremos dizer aos políticos de que viver para o bem e fazê-lo, segundo a emoção, na superfície das coisas, é atividade comum. Porém, viver para o bem, na profundeza do raciocínio, é obra de raros. No teatro de operações da atual política brasileira alguns candidatos não conseguiram reeleição.

Esperamos que eles - sigam trabalhando em suas profissões originais e não venham usar seu poder fracassado aproveitando as benesses da política e do partido a que pertencem. Aliás, os municípios carecem de médicos, professores e segurança e alguns desses que não conseguiram a reeleição poderiam contribuir com sua especialidade de origem em prol dos mais carentes e necessitados. A palavra política reflete bem como deve ser a responsabilidade que ela tem como sinonímia. O termo política é derivado do grego antigo e se refere a todos os procedimentos relativos a polis, ou a Cidade-estado. Assim, pode se referir tanto a Estado, quanto sociedade, comunidade e definições que se referem à vida humana.

Segundo a autora Hannah Arendt, filósofa alemã (1906-1975), política "trata-se da convivência entre diferentes", pois a política "baseia-se na pluralidade dos homens", assim se a pluralidade implica na coexistência de diferenças, a igualdade a ser alcançada através desse exercício de interesses, quase sempre conflitantes, é a liberdade e não a justiça, pois a liberdade distingue "o convívio dos homens na polis de todas as outras formas de convívio humanas bem conhecidas pelos gregos". Segundo Nicolau Maquiavel, em O Príncipe, política é a arte de conquistar, manter e exercer o poder, o próprio governo. Ainda existem algumas divergências sobre o tema, para alguns política é a ciência do poder e para outros é a Ciência do Estado. Sendo a ciência do poder e do Estado quem dirige os destinos do Estado é o homem político e esse homem sempre estará revertido do poder. O poder emana do povo para o povo, mas se este puder fosse dividido pelos representantes de classes com certeza os políticos teriam um comportamento melhor e mais proveitoso, visto que suas ações estariam sempre sendo fiscalizadas pelos representantes da população.

Se o povo tivesse vez e voz o Brasil não estaríamos imantado nessa crise de valores e de competência, a falta de líderes é visto a olho nu. Onde estão os líderes brasileiros? Estamos precisando com urgência da ação deles, por isso o que se vê no cenário político é a mesmice. A renovação tão esperada ainda não se concretizou, mas temos a certeza de que quando uma boa parte da população se conscientizar do valor de seu voto e não vendê-lo e trocá-lo por favores insignificantes a situação tende a melhorar. A Câmara e o Senado deveriam - se ater mais nas promessas de campanha presidencial e aquilo que foi prometido e não cumprido que não aprovem as “punhaladas” sofridas pela população, como foi o caso da Previdência Social. Pensem nisso!

ANTONIO PAIVA RODRIGUES-MEMBRO DA ACI-ALOMERCE E AOUVIRCE

Paivinhajornalista
Enviado por Paivinhajornalista em 28/10/2008
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