Democratização de um sonho

A transformação da água em vinho é aceita pela Igreja Católica como o primeiro milagre realizado por Jesus. Aconteceu durante um casamento e segundo o Evangelho de João, tocada pelo constrangimento desconcertante a que os noivos eram submetidos devido à falta do vinho na celebração, Maria pede a Jesus que interfira e resolva a situação. Surpeso, ele pensa e responde : "Mulher, que tenho eu contigo? Ainda não é chegada a minha hora" . A mãe resiste, e o filho, enfim, cede!

Como Maria, todas as mães deveriam educar seus filhos a ternurae a terem um coração aberto diante da necessidade do outro, no nosso caso, dos mais pobres em geral. Maria, ao fazer com que Jesus se comovesse com o infornúnio do casal nas bodas, nos dá o exemplo a seguir: jamais nos achar à margem dos problemas dos outros.

Numa regra geral, parece que nosso coraçõese olhos, só se sensibilizam nas datas festivas: em Maio, lembram-se das mães idosas que estão nos abrigos; em Outubro, das crianças nos orfanatos e em Dezembro, de todos os menos afortunados que nós, , do porteiro do prédio à professora de nossos filhos. Enfim, as pessoas, na maioria das vezes, têm "sensibilidade social" com data marcada.

As ações governamentais "aparecem" diante de tragédias de desabamento, enchentes; onde famílias inteiras perdem o que conseguiram drante toda uam vida.

Visualizar uma sociedade com ternura e um "arregaçar as mangas" sem precisar de datas festivas e governos justos que agissem sem precisar de "placas comemorativas", seria a realização de um sonho ou a sua democratização, alcançando todo um leque de pessoas?

A sociedade atual é fria e marcada por enormes fragelos: drogas,falta de conversa entre pais e filhos, desamparo aos idosos, bebidas, exaltação do sexo, desvalorização da família. Aos que têm filhos ou pretende tê-los, resta uma tarefa de luta constante que começa no lar, passa pela escola e rodas de amigos.

Se faz necessária a democratização das coisas boas deste sonho, materializando-o para não se correr o risco de acordarmos no meio de um pesadelo.