Se Apaixonar

Sentei-me em frente ao computador e queria falar sobre a paixão, mais do que a paixão, sobre o estado de espírito conhecido por “se apaixonar”. Não teve como não voltar no tempo e lembrar que a primeira garota que beijei de verdade não envolveu paixão alguma. Seu nome Catarina; magrinha e bem moreninha. Mesmo assim valeu a pena e o coração acelerou de verdade. Não estou levando em conta as brincadeiras de beijo, abraço e aperto de mão. Houve na minha juventude e depois, também, muitas garotas por quem me apaixonei, desejei ardentemente, mas as quais nunca beijei ou toquei em um só fio de cabelo, a não ser em pensamento. Confesso que a experiência de querer e não ter, às vezes é legal, pois a gente vive aquelas loucuras do amor platônico nos devorando durante o dia e a noite. Enfim, muitas garotas passaram pela minha vida, beijei muito, passeei e fiz outras coisas mais... Até encontrar aquela que está acima de qualquer paixão por mais avassaladora que seja e com quem divido os bons e os maus momentos há quase 25 anos, prazerosamente.

Gostaria de dizer que eu sou um ser humano super apaixonado e que todos nós seres humanos deveríamos estar sempre apaixonados, mas não digo só pelo sexo oposto, o que é bom e maravilhoso, mas por várias outras coisas. Lembro-me como se fosse hoje que na minha adolescência eu, meu irmão mais velho e nosso grande amigo Osmar, que já transcendeu para o outro lado da vida, éramos apaixonados por discos e saíamos todos os sábados de nossas casas, seguíamos até o centro de São Paulo, nas lojas de discos antigos, passávamos horas revirando filas e filas de discos e gastávamos ali, boa parte do dinheiro que ganhávamos durante a semana. Cada um trazia um pacote de discos de vinil debaixo do braço, felizes, sorrindo e contando histórias sobre os discos encontrados. Chegávamos mesmo a nos emocionar e não víamos a hora de chegar em casa para colocar os discos para rodar nos toca-discos. À noite, tocávamos os discos “novos” para dançarmos com as garotas que freqüentavam nossa casa. Hoje, meus costumes mudaram, sou apaixonado por tocar violão e cantar, acho que não canto nada e toco mal demais, mas não estou nem ai, canto, canto e os males espanto. Há... Já ia me esquecendo... Atualmente. estou vivendo mais uma paixão que tem me envolvido muito: escrever, escrever e escrever... Quem sabe escrever para você. E você? Está apaixonado pelo quê ou por quem? Pense e descubra, pois se apaixonar é o estado de espírito que move nossas vidas. Um abraço do fundo do coração.