O TRANSTORNO DO DÉFICIT DE ATENÇÃO

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Não é nenhuma novidade que, no âmbito da criação literária, a redação de um texto necessite de um sistemático encadeamento de pensamentos. Aliás, até mesmo para escrevermos uma carta, necessário se faz encadearmos pensamentos, senão trocamos as mãos pelos pés. Eu sou conservador, ou melhor, eu não consigo perder o vício de trinta e cinco anos e costumo a rascunhar meus escritos em cadernos e a lápis, como fazia nos anos de universidade; porém, muitos são os que fazem diretamente no PC. Imagine que, redigindo um texto, você está a amarrar seus pensamentos, num surto colossal de criatividade, quando, de repente, o MSN lhe interrompe:

Oi!

Você Responde: Oi! 

Tudo bem!

Você: Tudo bem...

Beleza!...  Só entrei para lhe dar um alô. Tchau!

Tchau!

E lá se vai ladeira abaixo, aquele momento. Não é mole...

Várias pesquisas realizadas, na área da informática, constataram que a maioria das pessoas que iniciam um trabalho de edição de texto não consegue se concentrar por no máximo onze minutos, até serrem interrompidas por um e-mail, uma mensagem eletrônica, um telefonema etc. Tempos modernos!  Ainda, segundo as pesquisas, para retomarem o que faziam, levam em média 25 minutos. E, com certeza, sem mais aquela eloqüência inicial.

É o preço que pagamos a essa maravilhosa tecnologia da comunicação, ficamos maravilhados com a velocidade da Internet e adotamos seu ritmo instantaneamente; sentimo-nos obrigados a obter respostas imediatas, ou seja, abrir e responder e-mails e mensagens eletrônicas por impulso, nos perdermos na internet em busca de uma informação. Achamos que conciliar tarefas, aumenta nossa produtividade; puro engano...

Outra pesquisa constatou que não conseguimos desenvolver um bom texto quando dividimos nossa atenção em duas ou três tarefas. Esta é uma condição psicológica e comportamental cada vez mais comum no mundo virtual: o déficit de atenção induzido pelo ambiente de trabalho, ocasionando distração, impaciência, irritabilidade, dificuldade para organizar o pensamento e, conseqüentemente, queda de rendimento no trabalho. A definição é do psiquiatra americano Edward M. Hallowel, especialista no diagnóstico e tratamento do transtorno do déficit da atenção.

O pior é que muitos dos escrevedores-internautas, devido aos sintomas citados, acham que estão deprimidos e que necessitam de remédios, quando, na verdade, é uma condição passageira que pode ser resolvida com uma simples medida: priorizar o tempo e o trabalho para a atividade que importa, ou seja, escrever.

É ou Noé? ®Sérgio.

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Se você encontrar erros (inclusive de português), relate-me.

Agradeço a leitura e, antecipadamente, qualquer comentário. Volte Sempre!

Ricardo Sérgio
Enviado por Ricardo Sérgio em 24/10/2008
Reeditado em 30/05/2013
Código do texto: T1246851
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