POBREZA E DESIGUALDADE
Outro dia, assistindo ao telejornal da noite, fiquei pensando em como este nosso mundo está. A maior parte das notícias era sobre assaltos, tráfico de drogas, homens-bomba no oriente médio, estupros. Naquele dia em especial a manchete era sobre a morte de Eloá, que foi assassinada pelo ex-namorado. É muita violência! Então fiquei pensando no por que disso tudo estar acontecendo e cheguei à minha conclusão de que a culpa de tudo isso é a extrema situação de pobreza e desigualdade que aqueles assassinos e traficantes foram criados. Como teriam sido seus lares? Será que jantavam todas as noites quando tinham cinco, seis anos de idade? Como seriam seus pais? Alcóolatras ou simples trabalhadores desempregados? Ou se teriam tido pais. Não sei. Só sei que eles cresceram e hoje fazem parte da história do mundo. História de violência, mas mesmo assim história.
Se aquelas crianças que aparecem hoje nos telejornais, como adultos e adolescentes inescrupulosos e violentos, tivessem tido uma chance no passado, talvez hoje tivessem histórias diferentes. Acredito que para vencer a pobreza e a desigualdade devemos investir mais nas famílias, dando condições aos pais de sustentarem seus filhos, sem que para isso, precisem roubar. Devemos tratar dos pais e mães alcoólatras para que eles recuperem sua dignidade e se sintam responsáveis pela criação de seus filhos, que se tornem mesmo os exemplos que seus filhos gostarão de seguir. Quando as crianças crescem em lares calmos e tranqüilos, onde se sentem amadas, elas florescem. Quando crescem em lares onde há comida, café da manhã, almoço e jantar, elas não vão à escola só para comerem a merenda. Vão para aprender, e realmente aprendem. Ninguém segura uma criança que quer aprender. Ela vai longe e se torna um adulto consciente dos seus valores e também dos seus direitos. Passam em concursos, entram para a universidade. Tornam-se cidadãos respeitados!
A sociedade está escandalizada com o que anda acontecendo. Cobra leis mais severas para punição dos malfeitores. Cobra mais policiamento nas ruas. Culpa os políticos, o Presidente e quem mais achar que tem culpa. Mas se esquece de que ela própria, a sociedade, tem culpa. Tem culpa quando fecha os olhos para os meninos de rua, quando exibe seus carrões importados, quando esbanja comida e dinheiro quando muitos passam fome.
Famílias esquecidas ao léu da sorte têm como conseqüência a pobreza e a pobreza acumulada de muitos anos tem como conseqüência a desigualdade que vivemos hoje. Tratemos de começar a mudar tudo isso enquanto há tempo. A guerra já começou, mas ainda há tempo!