ELOÁ - A CULPA DE CADA UM
São Paulo, 17 de Outubro de 2008
Infelizmente o caso Eloá acabou tendo um final trágico. E como não
poderia deixar de ser, assim que se fecharam as cortinas do primeiro
ato, iniciou-se a busca desenfreada pelos culpados. Já tem até gente
dos direitos humanos querendo uma pontinha nesse filme de tragédia
premeditada. Mas ai então me pergunto: Afinal de quem é a culpa? Da
família que, desde os 12 anos da menina Eloá, já conhecia esse tipo
de violência, e agora tentam encobrir o sol com a peneira, mostrando-se surpresos diante das informações de agressões cometidas, por parte do Lindemberg, durante todos esses anos em que durou essa fatídica trajetória?
Ou a culpa teria sido dos policiais, que abreviaram à morte da garota, ao invadirem o apartamento para tentar resgatar, das mãos desse cretino, as duas moças que ele mantinha em cativeiro? Pois tenho certeza que, muito antes da invasão, ele já havia decretado a sentença de morte para Eloá. Era só uma questão de tempo. Eram mínimas as chances de ela sair viva desse lamentável episódio.
Ou será que a culpa maior cabe a própria Eloá por ter se apaixonado
por um ser humano que, só mais tarde, veio descobrir que se tratava
de uma pessoa de mente doentia e perversa, totalmente desequilibrado, e ela, no despreparo total de seus apenas 15 anos, não soube como lidar com essa situação?
Ou a culpa teria sido dessa turma dos direitos humanos, que só no final do filme resolveram entrar em cena, dando tiros para tudo quanto é lado, tentando acertar no escuro um culpado qualquer, sendo que na realidade eles deveriam ter aparecido bem antes, lá atrás, quando Eloá tinha apenas 12 anos, e esse rapaz passou a exigir, de maneira doentia, o seu amor? Onde estavam os direitos humanos daquele pequeno anjo, que na época ainda estava aprendendo a amar, e que eles não se importaram bulhufas com isso.
Ou será que nós todos não temos também um pouquinho de culpa no cartório? Pois fatos iguais a esses acontecem todos os dias à nossa volta e nós simplesmente achamos mais fácil fingir que não estamos vendo, fazendo uso daquele velho bordão: "Não é nada meu... que se dane!”
Ou será que existe um só culpado em toda essa história? O próprio
Lindemberg. Afinal de contas não foi ele quem puxou o gatilho? Pois
então que assuma todas as responsabilidades! Não queira jogar sobre as costas de outros a cagada que ele fez. Que ele, agora, honre os culhões que tem entre as pernas e mostre a mesma valentia quando da época em que tinha em mãos uma arma entupida de balas apontando para duas jovens indefesas. Pois lá dentro do casarão, onde o filho chora e a mãe não vê, a coisa é bem diferente. Ali, Madureira, é cobra engolindo cobra. Tem que ser valente pra mais de metro pra poder sobreviver. Ai é que eu quero ver se ele realmente é tão valente assim. Ai é que eu quero ver se ele vai dar tapa em cara de malandro como fazia constantemente com a pobre Eloá.
Tô pagando pra ver. Abraços.