VAMOS CONSULTAR O DRUMMOND?
Não. No meio do meu caminho não tinha nenhuma pedra. No meio do meu caminho tinha “por quês”. Tinha “por quês” no meio do meu caminho. E quantos tropeços ! E quantos cai/levanta! Me fizeram passar! Mas, também havia à margem do meu caminho, jardins floridos, bancos azuis, verdes, rosas... Não sei por que não tinha nenhum vermelho. Gosto da cor vermelha. Também tinham nomes esses bancos. Por conta de um “por quê” sentei num que se chamava “amor” de onde observava um outro que se chamava “paixão” e mais outro que se chamava “ciúme” E indaguei de mim:
-quantos amores tivesse, mulher!
-Amor, amor?
– Sim, insisti – amor estúpida! Amor que se sente por outro, paixão que disperta e, segundo Drummond, tem essas características:
“Quando encontrar alguém e esse alguém fizer seu coração parar de funcionar por alguns segundos, preste atenção: pode ser a pessoa mais importante da sua vida.
Se os olhares se cruzarem e, neste momento,houver o mesmo brilho intenso entre eles, fique alerta: pode ser a pessoa que você está esperando desde o dia em que nasceu.
Se o toque dos lábios for intenso, se o beijo for apaixonante, e os olhos se encherem d’água neste momento, perceba: existe algo mágico entre vocês.
Se o primeiro e o último pensamento do seu dia for essa pessoa, se a vontade de ficar juntos chegar a apertar o coração, agradeça: Deus te mandou um presente: O Amor”
- Ah sim, acho que só duas vezes – respondi
– Falas sério?- indaguei de mim.
-Claro! Quer saber mais do que eu, que sou a dona dos meus sentimentos? – respondi
- Mas, não é voz corrente que só se ama de verdade uma só vez?- perguntei pra mim.
- Sei não... eu só sei que conjuguei esse verbo no particípio, que é passado e se muito não me engano vou passar a conjugá-lo no tempo presente. Mas, por via das dúvidas vamos consultar o Drummond, saber dele se a gente pode sentir aquelas coisas das quais ele falou, mais de uma vez.
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