Crônica da felicidade ou da infelicidade;.....
Crônica da felicidade ou da infelicidade
Quando somos felizes ou infelizes? Os filhos são parte deste pacote duplo de felicidade ou infelicidade? Sei lá, amam-se os filhos, mas, eles apoquentam não dão espaço, ocupam toda área levemente desocupada que possa surgir na vida dos viventes, especialmente, quando é a mãe. Com eles, somos como uma favela atulhada de casinha, casinholas e casarões. Os filhos não deixam uma área improdutiva na vida de ninguém, enfim, raramente surge um espaço/tempo livre para os adultos, principalmente, o ser feliz/infeliz que detém um tempo maior junto a eles. Contudo, tem o outro lado, são amigos divertidos, companheiros de cinemas, parques, muitas risadas, besteiras e varias indiadas que já aprontamos por ai. Mas, fica o eterno paradoxo entre os instantes felizes versus os infelizes.
E o casamento faz parte do engodo da felicidade versus infelicidade? Os relacionamentos depois de algum tempo viram um vinagre azedo originados de um excelente vinho que o tempo foi desgastando e esgarçando o amor. Os sorrisos, os olhares, os beijos calientes e o sexo surpreendente sem afobação, sem exigência do relógio havia um gosto maravilhoso, porém, se findaram como o tal do amor que existia na principio de tudo. Não foram as pessoas que mudaram, ainda somos os mesmos, mas o maldito tempo que corroeu todos ao redor. Então, vem a infelicidade na maior parte das nossas vidas recheadas de cobranças e descaso de ambos os lados.
Os casais fogem dentro do próprio casamento, se voltam para mundos particulares, não se enxergam mais. Mas, tentam olhar o outro pelo constrangimento social de manter o malfadado casamento já em ruínas. As coações sociais podem ser os filhos, pagamentos de contas, dinheiro ou a falta dele, o próprio status de ser casado, ou o medo do medo de ficar sozinho e começar... Infelizmente, não há um lado bom num casamento azedado. Mentimos, existe sempre um caixinha de lembranças cheio de escritos, bilhetinhos, cartões recheados de amor que a aragem levou para algum lugar bem distante de nós. Dói muito quando olhamos e pensamos: Nossa!! Como esse cara me amava!! Aonde foi parar esse amor todo?? O vendável, o vento ou a brisa que assola todos os amores de longa data foi extinguindo....Talvez esta caixinha de lembranças faça parte da felicidade versus infelicidades....
E a vida profissional faz parte do embuste de felicidade versus infelicidade? Às vezes sonhamos uma vida profissional que não acontece, ela fica restrita ao mundo das palavras. Escorre nos rios que transpassam nossas vidas deixando uma espécie de vácuo entre os dois estados da felicidade e infelicidade. Buscam-se as razões pelas quais não vivenciamos os desejos estabelecidos na adolescência, na juventude e até mesmo na idade adulta, mas, não encontramos. Por omissão ou descaso do destino não nos tornamos aquilo que os devaneios haviam assinalados. Entretanto, fica a antítese felicidade versus infelicidade na seguinte pergunta, se os sonhos profissionais tivessem sido realizados, seriamos felizes integralmente?
Isa Piedras
20/10/2008