Horizonte Apagado
Segundo turno em minha cidade, vejo um cenário que me leva com desânimo às urnas. Recebo e-mails de ataques aos candidatos enquanto eles tentam parecer bons-moços nas campanhas. Vejo a sujeira de cartazes e panfletos espalhados pela cidade, poluíção visual e sonora para todo o lado e a vontade que tenho no momento é de exílio.
Se não fosse obrigada a ir às urnas, sinceramente, pouparia este esforço, já que declaro por não concordar com a maneira que está sendo conduzida as duas campanhas em Belo Horizonte que meu voto será NULO!
Isso mesmo, pela primeira vez, desde que tirei o meu título de eleitor aos 17 anos, me vejo na opção de exercer o meu direito de dizer NÃO a duas vergonhosas campanhas feitas com um gasto absurdo de dinheiro.
Um promete cuidar de (sua) gente, ou seja, como o nepotismo já é tradição na família, imagine o que virá, o outro conseguiu a façanha de cospir na cara daqueles que ainda acreditam em fidelidade partidária no país. Onde já se viu o PT e o PSDB, partidos contrários apoiarem um mesmo candidato? Isto é intragável para mim e portanto, declaro o meu não voto, voto nulo ou avoto.
E declaro também que independente de quem ganhe, junto com outros
militantes de movimentos sociais e demais cidadãos desta Belo Horizonte, buscaremos um horizonte menos apagado pela fumaça da poluição, violência e falta de nexo que tem obscurecido esta cidade que já foi um dos melhores lugares para se viver, mas que hoje com tanto imposto e poucas oportunidades de trabalho, faz-me sentir nula.
Sem opção de candidato, falta-me esperança nos políticos, mas sobra na poesia que vejo gritar de cada poeta-cidadão, que prefere papéis com poemas aos com os números das campanhas eleitorais.