Aparências
Eu admito, que minha aparência é suspeita, porque minha pessoa pública é imparcial, à ponto de confundir defeitos e virtudes a troco de subestimar aquilo que escrevo e acredito.
E para crer no ser humano que sou, preciso ser maluca, preciso tirar do lugar de dentro algumas certezas para por em dúvida e sentir... não simplesmente "achar" que aprendi a ser melhor. Necessito pensar mais no próximo quase sempre, para não fazer questão de ser tão diferente, tão distante e assim, não me estranhar com as atitudes alheias.
O meu ser público é tão humano quanto rebelde, da-lhe com uma mão o que pode arrancar com a outra. Faço de tuas atitudes minhas palavras, mas não faço das tuas palavras minhas atitudes. Portanto, se for julgar o que vê de mim, regenere-se e observará que só vê o que quer e não o que se pode.
Eu não vou argumentar meu corpo, meu rosto, não vou supersticionar a imagem porque não desejo mudar o ponto de vista de quem me goste ou desgoste. Tudo isso porque realmente quem há de me conhecer e dizer que sabe do meu eu particular, estará sempre diante da minha aparência de esfinge:
Aqueles que usarem seus olhos em comunhão com as palavras para decifrar meus enigmas em prol de leais interesses, hão de me ter e entender. Mas aqueles que olham por conveniência e muito dizem por não ter nada a dizer além do julgar por curiosidade, permanecerão mudos e somente a curiosidade lhe devorará, enquanto eu em silêncio continuarei a fingir, que minha aparência é tudo que há.