VOLTA PRA CASA

VOLTA PRA CASA

Volta pra casa filha!

Volta pra casa querida...

Voltem, voltem queridos filhos do Brasil, voltem, voltem caros amigos, voltem.

A sua casa é aqui. Você procurou o pássaro azul, procura ainda. Todo mundo quer a felicidade. É tudo e apenas o que queremos da vida e na vida, não é mesmo? Mas o pássaro azul não está no país distante com outra cultura e valores que não os seus. Você acha caro amigo que se o Japão tivesse o pássaro azul ele daria pra você? Você acha que os Estados Unidos tivesse o pássaro azul ele daria pra você? Que se algum país da UE tivesse o pássaro azul eles dariam pra você? Que os árabes, ou os israelenses, ou os chineses, ou os indianos, ou os russos se tivessem o pássaro azul eles dariam pra você?

Você, caro amigo, você acha que eles dariam pra você?

Eles também ambicionam o mesmo. Com uma diferença, que é a questão cultural. Nissei que vai pro Japão entra na rodada tradicional e paternalista dos japoneses e seguem as mesmas regras de lá, poupança forçada, mesmos hábitos. Só ocupam cargos de chefia quem tem olhinho oriental. E seus grandes ídolos são as grandes marcas. Cultura de um povo é só dele, é muito forte isso. Mineiro passando de experto vai buscar o arco-íris entre os americanos, mesma coisa sobrevive em baixos serviços que aqui no Brasil teriam vergonha de fazer e não fariam. Sua dignidade, sua hombridade brasileira quase sangra ali.

Mexicano que é aceito no seu vizinho, em trabalho americano é tomado como ralé e o que mais fazem lá é um serviço agrícola de colheita de uma frutinha escura, parecido com as nossas amoras, uma coisinha gostosa e popular, mas que é rasteira. Aqueles campos a perder de vista precisam de uma máquina agrícola específica para a colheita, tão rente ao chão é, mas é mais barato o mexicano encurvado o dia inteiro colhendo do que o uso da máquina. E nisso há algo mais que uma simples colheita, é um espírito de só oferecer uma postura encurvada de sua nobreza e dor nas costas, algo psicologicamente parecido com o muro de ferro que o USA ergueu ao longo da imensa divisa entre os dois países. Algo tão vil que atinge a gente até de longe só em pensar. O vilão, o que faz e manda e aceita se quiser, é um valor cínico de interesses frios. Isto é dito hegemonia, mas é qualquer coisa parecida com os guerreiros antigos que metiam sua lança vitoriosa no peito do inimigo entendido ao chão e enchiam o peito de ar triunfal vitorioso, estamos no século XXI, mas o homem não cresceu quase nada.

Vou parar de falar nestas coisas, isto faz mal.

A cultura de um país se respeita. Só. É coisa deles. Mas não vá lá meter a colher nem o pé.

Se você procura o pássaro azul, procure dentro do seu coração, você caro amigo vai encontrar.

Volta pra casa.

MLUIZA MARTINS