VIOLENTA VIOLÊNCIA
A violência atinge a todos, de forma a mais imprevista possível, sem preconceitos. Estamos todos sujeitos a ela, a cada esquina, a cada passo. São tantas, de tantas formas, com tantas intensidades diferentes que já estamos nos acostumando. Mas não deveríamos.
Hoje, em uma aula, um aluno me solicitou que escrevesse um texto a respeito da violência no Brasil. Imediatamente aceitei, pois, além de ser um pedido de um aluno, a quem não se nega nada, o tema é extremamente presente em nossa vida.
São várias as ocorrências, recentes ou não, que infestam nossa vida, quer queiramos ou não, que pegamos o jornal sabendo que a maioria das notícias se refere a este assunto. Há pouco nos vimos agredidos pela agressão ao menino João Hélio. Já assim nos tínhamos sentido com o episódio do Galdino. Ontem foi a doméstica no Rio de Janeiro. Nossa casa, nosso dia-a-dia se tornaram reféns de notícias desagradáveis.
Violentos são os atos de traficantes e usuários de drogas, assim como o são os dos políticos que nos agridem com sua desfaçatez. Também o são as agressões no trânsito, a que estamos sujeitos o tempo todo.
Podemos contar com a polícia. Polícia? Como disse Titãs, “Polícia para quem precisa de... polícia...” Não é possível acreditar nem confiar na polícia. Inúmeras vezes a vimos imiscuída nas piores ocorrências. E, o pior, resguardada pelo seu poder.
As causas da violência são tantas que não se podem listar. Mas, no meio de sua imensidão, algumas são “as tais”: a ineficiência da educação e a ausência do poder público. Aquela, há muito não é o que deveria ser. São projetos mil, cada qual mais mirabolante, mas todos visam a carimbar o governo que o lança. Os profissionais da mesma, com raríssimas exceções, justificam com esse descaso seu despreparo e sua falta de dedicação. E os pais também entregam seus filhos à escola, “abdicando” de seu dever. Já esta é notória. O poder público não cumpre devidamente os eu propósito e, quando alega fazê-lo, agride a todos, culpados e inocentes. Assim a violência se propaga.
As conseqüências de tudo isso são inúmeras e óbvias: mais violência, mais revolta, mais medo. E assim gera-se um círculo vicioso. A saída, se houver, será mais investimento em educação e uma mudança radical na polícia e nas reais intenções do poder público.