Kirikou

Gosto de assistir desenhos desde a época em que meu filho era pequeno e assistíamos várias vezes o mesmo filme. Lembro como foi gostoso a primeira vez que o levamos no cinema, ele ficou sentado na ponta da cadeira, com os olhos arregalados, apaixonado.

Na televisão hoje tem uns desenhos muito chatos, reconheço. Violentos, barulhentos demais. Tenho assistido alguns dos antigos.

No sábado, estava procurando um filme e fiquei curiosa com um desenho – Kirikou, Os animais selvagens. Gostei muito e fui pesquisar mais sobre o filme na internet. Já tinha ouvido falar alguma coisa sobre o autor só que não lembrava. O filme é de 2006, do cineasta e animador francês Michel Ocelot. Que é maravilhoso.

Kirikou é um menino africano, pequeno e muito inteligente. É um líder na sua aldeia e enfrenta todos os problemas e maldições da bruxa Karabá com idéias simples e eficientes. Quando a horta é destruída e os alimentos acabam ou quando as mães são envenenadas e as crianças se unem para salvá-las.

O menino mostra uma visão diferente do mundo, serenidade para pensar em soluções e disposição para trabalhar. Atrai também o modo como o autor conta as histórias e a beleza do traço simples dos desenhos.

Ao personagem atribui todos os meus sonhos de criança, o fato de ser muito pequena, ou mesmo aquela visão infantil onde todos são maiores. A vontade de ser ouvida e de dar soluções a todos os problemas e questões que ouvia os adultos discutindo.

Mais ainda, a disposição, a vontade de conhecer mundos diferentes como no episódio do Kirikou na cabeça da girafa e mostrar que eu via coisas que ninguém sabia que existiam.

Sonhos de menina que revivo em todos os momentos.

Enquanto escrevia este texto, dei um intervalo e novamente encontrei Michel Ocelot, com o filme Príncipes e princesas. Minicontos maravilhosos, com alguns haikais de presente, vale a pena assistir, exercitar a imaginação como nos tempos de criança.

Ana Mello
Enviado por Ana Mello em 19/10/2008
Código do texto: T1236849