VAN GOGH
VAN GOGH
Ela está lá em plena Europa e eu vou contar porque o mundo é tão pequeno e os homens não sabem cuidar do mundo e porque a vida em dezenove de outubro de dois mil e oito está tão pisoteada pela ignorância humana que vive se perguntando e não tendo respostas como se fossem todos uns menininhos de quatro anos eternamente apenas querendo logo respostas para os seus porquês... e não se sabe quando eles vão crescer...
Ela está lá em Amsterdam neste exato momento olhando as pinceladas de Van Gogh e não importa a UE e o que anda aprontando com os seus participantes também como menininhos de quatro anos urdindo a próxima jogada na área financeira internacional, só porque outro menino mauzinho de mesmo tamanho, um pestinha empestilhando o mundo com a sua presença ignóbil aprontando aprontado... para espanto e sofrimento dos demais habitantes da terra também pequenos e ineptos... os comandantes do mundo e os comandados do mundo quando vão crescer? ... quando vão virar gente grande?
Ela está lá e ela cresceu já. Depois de oito anos fazendo doutorado na Alemanha e namorando um nativo, namorando atualmente significa amando e querendo construir família e felicidade, ela de volta para o Brasil mostra o seu valor, está trabalhando numa empresa e já virou gerente e vai ao vídeo da internet dar a notícia pro namorado “que ganhou um carrão lindo maravilhoso” no seu trabalho e ele revida sorridente competindo no seu desempenho “também tenho novidade: ganhei uma nova namorada”... Surtou, era surreal. Finalmente ela começa a ver que ele era só um menino moleque. Está de viagem marcada a Bruxelas a trabalho e a viagem perdeu alegria virou só dever, mas aproveitou e foi a Luxemburgo buscar suas coisas embaladas e ainda lá com ele cara-a-cara dizer e romper, fazendo-o virar passado e esquecimento.
Desnorteada, vai pra Amsterdam, vai para a sala do Van Gogh absorvendo a beleza de suas pinceladas... chorando um choro sem pensamentos, o choro que a beleza dá à alma torturada e esvaziada. Chora. Chora as lágrimas que lavam a tristeza dos olhos e chora mais, em todas as mais pinceladas das que se aproxima para bem ver lá dentro... É Van Gogh, ela viu o que você sabe mostrar, ela viu a sua beleza...
Van Gogh a redime... Ele dizia a seu irmão Theo que ele tinha que pintar que precisava passar aquilo adiante, urgentemente, pelo menos ao seu querido Theo, mas era o artista que falava pra humanidade. Ele tinha que dar aquela beleza transformadora que podia dar para os que dela precisariam, ele tinha aflição e urgência de deixar esta herança para os homens da terra, pois ele sabia o que estava fazendo.
Oh Van Gogh... Ela te buscou e você a salvou lavou-lhe a alma reacendendo novas chamas neste coração que não foi devidamente amado. Sua alma está cheia da sua beleza e ela agora pode continuar em horizontes abertos.
Vai conseguir viver este mundo e conseguir fazer crescer os homens e mulheres no seu caminho, nesta terra aqui do Brasil, ensinando como se cresce e se torna.
MLUIZA MARTINS