A MORTE DE SANTO ANDRÉ

A cidade está calada. Mais do que calada, está abismada! No rosto das pessoas, um ar de interrogação, perdido, sem esperança ou perspectiva no futuro.

A morte da menina Eloah levou mais do que se pode imaginar. Levou a alegria das famílias envolvidas, a paz de uma COHAB já tão sofrida pela luta diária, a insegurança a nós, pais de jovens adolescentes que se vêem na mesma situação e por impulso, medo, preservação, pensa em colocar o filho numa redoma, protegido de todo esse caos que vivenciamos. E vem a luta interna e até externa, da vida desse jovem, que clama por ser vivida!

E por mais que você tente mostrar ao seu filho o quanto é importante o caráter, o estudo, a honestidade, não se consegue, por que a resposta obtida é sempre a mesma:

- Pra que mãe, se ao ir ao colégio posso ser baleado por alguém ao meu lado? Se namoro direitinho, sem essa de ficar, vem um ex e me mete uma bala na cabeça? Se num emprego comum viverei de mando, desmando e salário mínimo? Até pra ser presidente não se precisa estudar...

O que falar? Como combater esse pensamento dos jovens que hoje é a realidade nacional?

Na verdade estamos num palco de um grande reality show! Onde Sonias, Marcias e outros apresentadores comandam o espetáculo de forma grotesca, banalizando sentimentos, tornando bandidos em celebridades!

E depois do circo armado, dos erros cometidos por uma imprensa sensacionalista, eles jogam a culpa pra polícia. Só esquecem que é essa policia que está preparada (pelo menos é o que se espera), para atuar nesses casos.

São erros em cima de erros. E ainda temos que engolir os direitos humanos, que aliás deveria mudar de nome e chamar direitos ilegais, já que só lutam por aqueles que ceifam não somente a vida, mas a esperança de um futuro melhor!

Pra nós pais, cidadãos cumpridores da lei, educadores restou não somente a perda da Eloah, mas a perda total da confiança no amanhã, a falta de perspectiva de nossos jovens, a descrença nesse sistema tão corrompido pelo dinheiro fácil de governantes corruptos e de um jornalismo que se enriquece com o sangue que continua e continuará a jorrar de nossas famílias!

Enloucrescida
Enviado por Enloucrescida em 19/10/2008
Reeditado em 24/04/2009
Código do texto: T1236613
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