CARA DE DOMINGO ( Crônica de Chuva)

Caem gotas de chuva na janela, nesse dia com cara triste. Tenho duas escolhas: ou eu fico com essa cara de domingo chuvoso ou coloco um sol no sorriso, para iluminar e aquecer as crianças brincando no parque do meu peito...

ESCRAVOS DA MINHA ALMA

Essa manhã, despertei com as vozes e rostos de milhares de consciências que estavam escondidas dentro de mim. Pensei que ouvia espíritos, que via rostos de antepassados, mas não era nada disso; o que via e ouvia eram meus rostos do passado: tudo o que eu poderia ter sido e nunca tive a chance de presente ter tornado.

Não eram rostos de vidas passadas, nem vozes do futuro. Eram palavras engasgadas que nunca foram ditas; o Frank que teve medo de manifestar a sua arte por medo do que “esse povo” pensasse; era o “eu te amo, amor” que ficou esquecido; foi o mentiroso que se escondeu com medo de encarar a verdade.

Foi preciso muita coragem para libertar esses “eus” escravos, mas assinei a Lei Áurea e libertei da minha alma, tudo aquilo que estava reprimido e condenado. Para isso, apenas bastou, reconhecer com muito respeito e amor, que não vou mais manter por medo de crescer, a escravidão dentro da minha alma.

A CORRIDA

Fiz-me carne para sentir o poder de manifestar o meu pensar no agir, o meu prazer no criar.

Esse cavalo que tenho montado, está preparado para correr certas distâncias, alcançar certas vitórias e durar o tempo certo; basta que eu aja correto, equilibrando o tempo de ver e o tempo dos olhos fechar.

O que sou não é uma ilha, por isso, ganhei uma família que me ensinou a arte de me relacionar; mas essas águas não são feitas apenas de rostos amigos, daí a bandeira do perigo, se eu não aprender a me sintonizar.

Fiz-me medo para preservar, adrenalina para reagir e saudade para querer aqui estar e ao mesmo tempo sentir falta de lá; mas assim como vim, hora dessas, vou partir, basta a minha corrida terminar.

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