Domingo de luto e de luta
É, realmente, uma barbaridade o que esse jovem, Lindemberg, fez.
Entrou na vida da menina para levá-la à morte.
Pensar que tudo “estava escrito”, que o destino se cumpriu em obediência a um “carma” relativo a um acerto de contas de vidas passadas pode servir para tranqüilizar um pouco as nossas mentes fragilizadas pela tragédia previsível.
O “carma", que certamente existe é o dessa vida mesmo. A lei do retorno e da resposta aos atos de nossa vida passada.
Se os dois não tivessem se conhecido, se olhado, se admirado, se não tivessem namorado, beijado, afagado, nada disso teria acontecido.
Sim, mas como saber à priori que rumo a vida vai tomar?
Muito azar relacionar-se com alguém tão gravemente perturbado. Um evento estatisticamente pouco provável.
Mas a estatística não conforta as vítimas, para quem a probabilidade de ocorrência de fatos pouco prováveis é de 100%.
Então o máximo que podemos fazer perante a tragédia acontecida é nos lamuriarmos, ficarmos de luto, vestirmo-nos de sacos e cobrirmos a cabeça com cinzas.
Claro que hoje em dia temos xampus excelentes, e podemos nos cobrir de cinzas sem maiores temores. de estragar os parcos cabelos que nos restaram após os dissabores de uma vida inteira.
Então vamos assumir esse luto e chorar nesse domingo, chorar sinceramente, chorar até que não mais tenhamos lágrimas e que se esvaia a tristeza do coração.