Pátria Amada: BRASIL!

 

Não, não sou louca quando digo que amo a minha Pátria! Loucos são aqueles que aprenderam a demolir a casa para corrigir os trincos, antes mesmo de descobrir que situações são efêmeras e podem ser mudadas, melhoradas, lapidadas. O problema é que todo mundo quer mudar, mas não faz nada para ver isso acontecer.

O ser humano precisa compreender que toda mudança exige esforço e quanto maior a necessidade de se promovê-la maior o deslocamento de energias para que o ato seja coletivo e eficaz. Não se modifica um povo do dia para a noite, contudo deve haver um começo, um início, e alguém tem que se colocar à disposição dessa lapidação. Não adianta jogar a culpa no governo, na natureza, em Deus ou na ausência Dele, a “culpa” é nossa. Somos cem por cento responsáveis por cada um dos nossos atos e principalmente pelos atos que deixamos de praticar e os quais podem gerar o bem comum, amplo e irrestrito.

Crescer dói e mudar não é diferente! Exige vontade e perseverança, respeito e responsabilidade. Somos “crianças” nos recusando a crescer e para facilitar ou dirimir nossa própria desmotivação jogamos pedra no telhado do vizinho esquecendo que o nosso também é de vidro.

Quando vejo os jovens falando mal do país, que somos o povo mais desajustado que existe, corruptos, a mais pura escória e principalmente quando essas acusações nivelam por baixo e generalizam todo o conceito de povo brasileiro, sinto uma pena imensa pelo que ele está deixando de aprender ou enxergar sobre o outro lado do prisma, principalmente porque ele está também se incluindo no rol da escória que eles tanto repudiam pois queiram ou não, nasceram aqui, são brasileiros tanto quanto eu. E aí me pergunto o que esse jovem tem feito pela sociedade que o cerca, pelo próximo mais próximo. Já notaram que somos capazes de enviar roupas, cobertores, mantimentos para os pobres da Etiópia (não que eles não necessitem), mas ignoramos o necessitado mais próximo de nós que pode estar morrendo de frio na esquina de nossas casas? E esse pobre coitado, que não foi noticiado na mídia, não é enxergado como carente só porque não está na moda.

Essa inversão de valores é que me deixa estarrecida. Essa falta de vontade coletiva de mudança e a cômoda situação de crítico que nada faz para mudar. E não adianta dizer que já faz muito cuidando da própria vida porque isso não é mais do que nossa obrigação! O que faz o diferencial no ser humano é quando, em algum momento de nossas vidas, deixamos de lado nosso egocentrismo latente e olhamos para quem está ao nosso lado, sentindo, sinceramente, a existência de um bem muito maior que a todos beneficia.

Não somos os únicos com problemas e não podemos ser comparados com outros países como Suécia, Dinamarca, Inglaterra e tantos outros do Velho Mundo que além de muito mais antigos também são palco de grandes  problemas, embora não propalados para a imprensa internacional como acontece conosco. Não existe Paraíso, isso é coisa de Adão e Eva e a serpente já estragou tudo há muito tempo! Na verdade, sabemos ser muito mais fácil administrar um país cujo tamanho é, pelo menos, umas duzentas vezes menor e possui uma população homogênea, enquanto o Brasil possui diversas etnias e culturas mescladas e uma extensão comparável a um continente. Temos variedade cultural, étnica, climática e geográfica invejáveis pelo resto do mundo. Nossa tropicalidade é palco de espetaculares paisagens e  riquezas infindas, mal administradas, exploradas indiscriminadamente e objeto de cobiça desde o nosso descobrimento.

Mas, apesar de todos os problemas, eu realmente amo essa pátria brasileira, procuro fazer a minha parte e espero ver muitos mais cidadãos fazendo a sua. Crítica só é boa quando vem acompanhada de uma solução eficaz e nosso país está abarrotado de “especialistas em sociologia” que só utilizam suas habilidades no campo teórico enquanto dormem em “berço esplêndido” esperando que outros assumam a batuta e coloquem suas teorias em ação.

 

18 de outubro de 2008

Akasha De Lioncourt
Enviado por Akasha De Lioncourt em 18/10/2008
Reeditado em 20/10/2008
Código do texto: T1235216
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