As mortes anunciadas


Temos visto, nesses tempo de máxima violência, todo tipo de morte. Mas agora, com tanta informação rápida e tanta mídia ávida de noticias sensacionalitas, e muito pior, com tanta polícia despreparada para lidar com seres humanos e suas emoções descontroladas, as mortes são anunciadas
Nós, aqui do lado de fora, vamos sempre acompanhando o desenrolar de algum drama e, sem querer,  vamos alimentando a fome de audiência das emissoras de tv e dos grandes jornais - que vivem dessas tragédias.

O que aconteceu com as duas adolescentes, em posse do namorado sequestrador, foi um erro enorme - de como não se deve levar um caso dessa natureza.
É quando sabemos, por inteligência e por instinto, que aquilo não vai dar certo...
Como em uma novela, o povo ficou ali assistindo, torcendo e esperando o desfecho, achando romântico talvez, e houve até uma absurda entrevista com o rapaz - que deve ter se sentido meio que um herói moderno.

Dono provavelmente de uma personalidade depressiva,  sabe-se que começou a namorar Eloá quando ela tinha 12 anos e ele 19.  Ele deve ter se sentido o dono dela, física e mentalmente. Mas, aos 15, ela, um pouco mais madura, rompe com ele (22) e ele se descontrola. Sequestra e mantém a jovem em cárcere privado para continuar a manter o domínio sobre ela. Ele consegue isso fisicamente, mas não no plano mental e amoroso. Dessa forma,  não seria preciso alguém com muito tato para lidar com ele?

Mandaram uma jovem para cuidar disso? A inteligência fugiu a todos, não deveria ser  um perito a lidar ali? Deixaram que ele fosse até entrevistado!!! Isso tudo nos mostrando um ambiente que era gravíssimo, mas que foi tratado de forma bem leviana.
O resultado mostra que foi a pior escolha possível.

E a família?
Até onde a família poderia ter interferido e impedido uma tal precocidade em questão de namoro?
Como um jovem de 19 anos se interessaria por uma criança de 12? Nada justifica, mas não estariam faltando valores, orientação familiar, presença dos pais junto aos filhos, alguma religiosidade, qualquer que seja, na base da família atual?

O conselho tutelar não poderia ter sido consultado na ocasião?
Mas, e no caso dos irmãos mortos pelo pai e madrasta, quando eles haviam implorado aos adultos que não os mandassem de volta para casa? Foram mortos e esquartejados ... Falharam, de novo,  os omissos que os deveriam ter defendido da Feras...

Não tenho respostas. Mas algo precisa ser feito rapidamente. Estamos no olho do furacão, com todos vivendo situações de estresse, terror, cansaço, medo, desamor, solidão, despreparo profissional; com famílias desfeitas, licenciosidade, liberdade excessiva, jovens sem nenhuma orientação, perdidos em seus (des)caminhos, sem saber o que fazem, para onde devam ir, sem arrimo e abrigo. E amanhã poderá ser a sua filha, a nossa neta, uma priminha, alguém querido e próximo, nas mãos do terror, do medo e da dor...

É só isso o que eu sei:
Amor, respeito, educação, valores, familia e Deus, já!

Silvia Regina Costa Lima

18 de outubro de 2008

foto: Nayara e Eloá (boa sorte, menina, que Deus te proteja)

SILVIA REGINA COSTA LIMA
Enviado por SILVIA REGINA COSTA LIMA em 18/10/2008
Reeditado em 29/06/2009
Código do texto: T1235175
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