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Vídeo feito por mim, da janela de meu apartamento.
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A NOITE RONDA A MANHÃ!

 

A cidade amanheceu assim – uma noite no meio da manhã. Chuvosa, escura e triste. Não sei por que as pessoas se sentem mais tristes em dias assim. Eu me torno melancólica, com vontade de nada. Voltar para a cama, dormir e só despertar com um novo dia, de sol? Onde meus sentimentos também despertem mais acesos? Talvez...

- Mas isto não me fará mais feliz, nem irá clarear o dia!

 

Bom mesmo, em um dia desses, é enrolar meus pés com os teus, no silêncio de nosso amor, deixar-me abraçar até quase sufocar, roçar teus pelos, arrepiar de paixão! Fazer da cama o nosso porto seguro, onde as palavras, sussurradas em Dó menor, preencham a ausência de claridade das ruas. Bom é confundir nossa respiração ofegante, depois calma, acompanhada de um chocolate quente!

 – Ou uma taça de vinho tinto, levemente resfriado – quem sabe?

 

Hoje eu cheguei à janela do apartamento, fotografei e filmei a noite (o dia) que se faz noite! Quase ninguém! Ruas desertas! Nem pessoas, nem carros – só a chuva e escuridão, rondando meus pensamentos solitários e cheios de fantasias. Fantasias irrealizáveis, que não ouso confessar!

- Esse dia escuro é um tanto quanto afrodisíaco!

 

Hoje, vou me permitir não pensar – nem assistir - a acontecimentos que tornem este dia mais negro! Não quero saber de confrontos na cidade, de seqüestros e cárcere privado, de jovens se matando, por nada, que mais se assemelham a um filme – gênero catástrofe – de Steven Spielberg! Hoje, nesse dia – que é noite – quero me fortalecer em teu amor. Naquele mesmo amor que é, sem ser!

- E sonhar paixões, ainda que proibidas e impossíveis!
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Meriam, brilhante poetisa

e linda amiga, brindou-me

com esta magnífica Interação.

Obrigada, minha querida!

Beijos

Milla
******

 

SOLSTÍCIO

 

Quando o dia se fez noite,

Inverno n’alma senti.

Sem teus beijos, por açoite,

Sem amanhã, eu dormi.

 

Minha cama fez-se estrada,

E rondei versos por ti.

Não desejava mais nada,

Sei que por amor morri.

 

Lutei com a dama da foice,

Pela janela fugi.

Voei como se ave fosse,

De uma gaiola saí.

 

Melancolia danada

Em cinzas que absorvi.

Fosse a noite enluarada,

Sonhava contigo aqui.

 

 

*Inspirado na belíssima crônica

A noite ronda a manhã

Da poetisa Milla Pereira
(Meriam Lazaro)
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Outra brilhante Escritora, Poetisa e Cronista
- Zélia  Freire -
vem enriquecer a minha Escrivaninha.
*** Agradeço-lhe a honra, minha querida***
Venha quando quiser
Beijos
Milla

"Eu por mim e pelo meu gosto
 entrava pela janela 
e colava a boca no teu rosto!

" No mais é "sonhar paixões, ainda que impossíveis," 
como bem diz você. Um beijo.

 (Zélia Freire)

 


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