ISSO É UM ABSURDO!!!
Muitas mulheres do nosso condomínio caminham tranquilas, todas as tardes, rodeando os dois prédios em sentido anti-horário. Afinal lá fora, na rua afoita e violenta ninguém vai arriscar. Aqui dentro é bem mais seguro, assim a gente imagina!
Trajes comuns de quem caminha: calças ligadas, blusas de malha e tênis.
Ao sair para o shoppíng perto, para receber um dinheiro de um colega da empresa, ainda falei para minha esposa: Vá fazer um pouco de bicicleta!
Demorei cerca de uma hora. Subi no elevador até o sexto andar e, como de sempre, falei bem próximo à porta. Núbia, abra aqui! ...Silêncio.
Chamei mais forte, ninguém respondeu. Resolvi chamar a campainha. Duas, três vezes, nada.
Resolvi subir até o nono andar, onde mora minha filha. Ao chegar lá, fui "metralhado" com esta noticia trágica: Núbia fora atropelada lá em baixo, quando caminhava. Já havia sido levada para o São Mateus. Soube que uma mulher do mesmo prédio, atropelou minha esposa, ao fazer uma curva de acesso à sua garagem.
Desci feito louco. Afinal, quarenta e dois anos de casados não são quarenta e dois dias. Não chamei ninguém, tão apressado eu ia, que não pararia um só segundo.
Ao chegar ao São Mateus, a encontrei gritando de dor, com as duas pernas quebradas. O médico andava apressado para falar algo com o anestesista e com uma enfermeira. Ainda tive tempo de pegar em suas mãos e pedir que ela fosse forte e que tivesse fé em Deus que tudo sairia bem.
A cirurgia demorou cerca de três horas e meia e terminou por volta de onze e quinze da noite. Fui para o apartamento esperá-la. Fechava os olhos, mas ainda assim via imagens agitadas e surreais.
Exatamente as duas horas da madrugada, duas enfermeiras bateram na porta e entraram, empurrando uma maca coberta com um lençol branco. Ao me aproximar, levantei o lençol. A cena que vi doeu dentro de mim. A perna direita estava apenas engessada com uma bota até o meio da perna, mas a esquerda, estava repleta de pinos e parafusos de aço.
Não suportei a angústia presa na garganta e fui rápido extravasar meu choro doído no banheiro.
Depois eu soube. Era por volta de 18 horas. O carro veio por trás e ao bater, ela caiu num canteiro de grama (foi a sorte). O pneu trazeiro ficou sobre suas pernas. Aos gritos de socorro, o porteiro e o segurança acorreram ao local e a retiraram de debaixo do carro. Como ela não podia se firmar em pé, pois estava com ambas as pernas quebradas, a esquerda com fratura exposta, eles a seguraram com cuidado e a colocaram no banco trazeiro do carro daquela mulher, que a levou para o hospital.
Foram as aflições mais fortes de minha vida...Ainda continuo indignado. Além da violência de fora, da cidade louca, agora não podemos ter mais paz, nem dentro de nossos condomínios...Isso é um absurdo!!!
Muitas mulheres do nosso condomínio caminham tranquilas, todas as tardes, rodeando os dois prédios em sentido anti-horário. Afinal lá fora, na rua afoita e violenta ninguém vai arriscar. Aqui dentro é bem mais seguro, assim a gente imagina!
Trajes comuns de quem caminha: calças ligadas, blusas de malha e tênis.
Ao sair para o shoppíng perto, para receber um dinheiro de um colega da empresa, ainda falei para minha esposa: Vá fazer um pouco de bicicleta!
Demorei cerca de uma hora. Subi no elevador até o sexto andar e, como de sempre, falei bem próximo à porta. Núbia, abra aqui! ...Silêncio.
Chamei mais forte, ninguém respondeu. Resolvi chamar a campainha. Duas, três vezes, nada.
Resolvi subir até o nono andar, onde mora minha filha. Ao chegar lá, fui "metralhado" com esta noticia trágica: Núbia fora atropelada lá em baixo, quando caminhava. Já havia sido levada para o São Mateus. Soube que uma mulher do mesmo prédio, atropelou minha esposa, ao fazer uma curva de acesso à sua garagem.
Desci feito louco. Afinal, quarenta e dois anos de casados não são quarenta e dois dias. Não chamei ninguém, tão apressado eu ia, que não pararia um só segundo.
Ao chegar ao São Mateus, a encontrei gritando de dor, com as duas pernas quebradas. O médico andava apressado para falar algo com o anestesista e com uma enfermeira. Ainda tive tempo de pegar em suas mãos e pedir que ela fosse forte e que tivesse fé em Deus que tudo sairia bem.
A cirurgia demorou cerca de três horas e meia e terminou por volta de onze e quinze da noite. Fui para o apartamento esperá-la. Fechava os olhos, mas ainda assim via imagens agitadas e surreais.
Exatamente as duas horas da madrugada, duas enfermeiras bateram na porta e entraram, empurrando uma maca coberta com um lençol branco. Ao me aproximar, levantei o lençol. A cena que vi doeu dentro de mim. A perna direita estava apenas engessada com uma bota até o meio da perna, mas a esquerda, estava repleta de pinos e parafusos de aço.
Não suportei a angústia presa na garganta e fui rápido extravasar meu choro doído no banheiro.
Depois eu soube. Era por volta de 18 horas. O carro veio por trás e ao bater, ela caiu num canteiro de grama (foi a sorte). O pneu trazeiro ficou sobre suas pernas. Aos gritos de socorro, o porteiro e o segurança acorreram ao local e a retiraram de debaixo do carro. Como ela não podia se firmar em pé, pois estava com ambas as pernas quebradas, a esquerda com fratura exposta, eles a seguraram com cuidado e a colocaram no banco trazeiro do carro daquela mulher, que a levou para o hospital.
Foram as aflições mais fortes de minha vida...Ainda continuo indignado. Além da violência de fora, da cidade louca, agora não podemos ter mais paz, nem dentro de nossos condomínios...Isso é um absurdo!!!