O casamento e o amor
Uma das minhas melhores amigas casa no próximo sábado ( só pra constar, eu serei madrinha ).
Um pensamento de felicidade, orgulho e aquela inveja boa. Um pensamento sobre muitas outras coisas envolvendo compromisso e relacionamento.
O casamento em si não me comove (nem me comovia aos 18).O que comove mesmo (e sempre) é o amor correspondido. Esse sonho humano em qualquer tempo de encontrar ” o amor da sua vida” .
É tanto “amor” de faz de conta, por impulso, e um milhão de amores não correspondidos, que a reciprocidade emociona e dá água na boca.
É a reciprocidade que justifica a escalada da montanha e faz do futuro o lugar mais bonito, para onde você vai sem medo.
É a reciprocidade que dá a duas pessoas aquela vontade de serem uma, ainda que saibam mais que tudo ,que um clichê barato não muda nada.
Não é o casamento que resolve a vida ou coloca uma relação nos eixos. É um sentimento, a vontade de fazer acontecer e frutificar .
Não se trata dos planos que você faz ” para” quando se casarem. São os planos que você faz enquanto se amam e compartilham os mesmos interesses e desejos.
Um lugar-comum, que chamamos paraíso. É para lá que podemos ir descalços, nada de amarras , temores ou aquela vazio profundo dos que não ousaram enfrentar as diferenças, por covardia ou comodidade.
Esse infinito que o casamento colore, é apenas o infinito do amor que bate no outro e volta para você, como uma poesia, como uma canção do Djavan, como mousse de chocolate, uma criança sorrindo. A vida no que ela tem de mais preciso e precioso.
Ninguém vai ser feliz porque casou com fulano, porque contratou o buffet mais chique e está cercado por centenas de testemunhas. Ser feliz é escolher e ser escolhido, sobretudo não virar as costas para aqueles processos amorosos que nos exigem tanto, as vezes o sangue , as agruras todas , intervalos e uma lista de incertezas. Passo a passo enfrentado , administrado e superado - e saber que isso não tem tem fim, e ainda assim, renovar cada pedaço dessa felicidade em sí e no outro, todo santo dia.
Depois dos fracassos, do grande desastre que foi a minha vida amorosa, persiste esse estágio entre mim e o nada ; um reformular de teorias. Eu posso mudar, ser melhor e até outra- nunca se sabe.
O que definitivamente não cessa, o que não cala, é a convicção de que acima dos rótulos e das contas a pagar que temos para com o mundo, é pelo desejo incessante de amar e ser amado, que a gente sobrevive - e vive..