INSTRUIR E EDUCAR

Aparentemente uma grande enorme preocupação das pessoas, das entidades, dos governos, é educar. Os candidatos políticos no afã de conseguir eleitores e votos, têm como grande meta a Educação. A imprensa falada, escrita e televisada, falam constantemente em Educação, e queixas e informes se avolumam sobre verbas para... Educação.

Mas... Só que, parece ninguém se dá conta que, o que se visa realmente é a instrução, e instruir não é educar. O homem instruído, erudito, culto, pode não ser educado. A instrução pode começar em casa, passa à escola, onde tem o seu trabalho básico, vai à universidade, quando vai...

Mas a educação, como se diz vulgarmente vem do berço. E até, como hoje é de conhecimento mais ou menos corrente, começa no ventre materno. A mãe, os pais, já pode começar a educação do seu filhinho durante a gestação, com ele conversando, dispersando muito carinho e amor.

Instruir é uma coisa; educar é outra coisa e de muito mais valia e dificuldade, porque o homem se instrui, ganha conhecimentos, mais facilmente do que se educa. A educação diga-se de logo, é construída de dentro para fora; é um processo de auto-educação. É como a felicidade: vem de dentro; nada de fora nos torna felizes. O homem verdadeiramente educado é um homem feliz.

A instrução coleciona fatos, conhecimentos; a educação junta valores. Esses valores valorizam os fatos. A instrução facilita ao homem os meios necessários a sua vida profissional. A educação desenvolve no homem valores que nele existem potencialmente e que o transformam em um ser humano harmonioso e bom, em condições de ter paz interior e poder influenciar para que haja paz em seu redor... E mais além.

O homem só se desenvolve verdadeiramente quando tem em si instrução, conhecimento e educação, valores morais.

A grande missão, o grande trabalho de Jesus foi mostrar ao homem a sua origem divina (Vós sois deuses...), nele despertando valores, condições morais, o que era então quase ignorado, excetuando-se os ensinamentos de Buda, Sócrates, Platão etc.etc. E ele, Jesus, ainda hoje é muito pouco compreendido.

Já no século XX Einstein dizia que ciência e a técnica são muito importantes, mas não podem indicar ao homem, fornecer-lhe a exata finalidade de sua existência aqui no planeta. A ciência e a técnica lhe dão condição de descobrir fatos, pode dar conforto, saúde, prolongar a vida, mas não podem criar valores que influenciam dentro de nós, despertando o divino que lá está.

No processo educativo é necessário desenvolver em cada um a tolerância, a compreensão a afabilidade, a generosidade a fraternidade, o sentimento de justiça, o amor. E assim todo o homem que é potencialmente bom, mostra então a sua bondade natural.

A presença da maldade é o resultado do não desenvolvimento desses valores. Ela existe e isso não se discute; mas pode deixar de existir, se houver aquela mudança interior, aquele tratamento. Tratamento sim, porque a maldade é doença que pode ser curada. O que existe pode deixar de existir.

Quem se propõe educar, precisa, pois, ter conhecimento básico de que é necessário desenvolver no educado a compreensão do porque aqui estamos da finalidade de cada existência, da importância de cada um de nós como co-criadores do cosmo, da própria responsabilidade em ser feliz e partícipe do bem estar geral.

O mundo será bem melhor na medida em que os homens se instruam e se eduquem. A Evolução se faz, queiramos ou não, mas é muito lenta.

Obs.: Este texto me foi enviado por José Siquara da Rocha.

Nasceu em Belmonte, Bahia em 19/03/1915. Bacharel em ciências e letras pelo ginásio Ipiranga, Salvador. Medico pela UFBa. Professor da língua Internacional Esperanto. Da Sociedade Brasileira de Médicos Escritores-Regional, Bahia. Conselheiro do CEPA e da AME-Ba. Membro da SOBRAMES, REGIONAL BA. Sócio fundador do grupo de ação Cultural da Bahia-Gac-Ba. Livros Publicados: Eu Sou a Luz do Mundo (o Evangelho em Sonetos) já em segunda edição, Obrigado meu Amor (poemas líricos), Cristoterapia (livro de auto-ajuda), Os Siquaras em três Gerações (poemas).

Fim desta, Cristina Maria O. S. S. – Akeza & José Siquara da Rocha.

Akeza e José Siquara da Rocha
Enviado por Akeza em 15/03/2006
Reeditado em 04/06/2013
Código do texto: T123392
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