Beijo na bunda?! Não leia.

O texto de hoje tem uma finalidade específica: protestar contra meu cérebro. É que ele está me enchendo o saco. Anda pisando grosso, falando alto, rebelde, só quer fazer o que quer. E não é assim. Quem mando sou eu; ele, se tiver juízo, obedece. Planejo escrever sobre isso e sobre aquilo e ele joga areia: “sobre isso não, sobre aquilo também não...”

Estava quase pronta uma crônica sobre a “r” trucosa que quer dar a “elza” na popularidade do Kassab. O cérebro recusou-se a me ajudar a escrevê-la. “Idiota”, pensei.

Aprontei outra com minhas pretensões literárias: ser o maior escritor do século XXI, trazer o Prêmio Nobel ao Brasil, produzir material a ser estudado nas faculdades e cursos de especialização em literatura e língua portuguesa, e outros cursos superiores. A massa cinzenta antipática, também se recusou.

Pensei num mini conto jocoso sobre o policial gaúcho que aparece na net com uma berinjela dentro da farda. “Nem pensar”. Alegou parentes, amigos e leitores que não sabem diferençar escritor de narrador, e o projeto acabou indo repousar no lixo.

Ah, tive a grande idéia de escrever lindamente sobre o gigantesco fosso – e que aumenta vertiginosamente – entre o masculino e o feminino. Gente, meus amigos descasaram todos! O cérebro também não quis. “Chato, xarope, arrogante...”

Tive várias outras idéias e nada. Então decidi fazer isto: não abordar nenhum tema. Beijo na bunda e um tranco gaúcho.