PROSTITUTA VELHA QUER FAZER MAIS ORGIAS

A prostituta velha está sedenta de lubricidade; volúpia desforrada e paga com dólares; a prostituta velha só quer fazer ternura se for a troca de muitas verdinhas estalando de novas, porque as velhas verdinhas já desceram pelo ralo e sabe-se Deus onde estão neste momento.

A prostituta velha é a ECONOMIA MUNDIAL, que depende dos miseráveis poupadores e compradores comuns, mas que ama e venera mesmo os ricos e poderosos; o sexo pelo qual refiro à relação da velha prostituta é o DINHEIRO, afinal de contas, não há economia sem ativos, sem papéis moeda, sem o vil metal. A velha louca que assusta muitos e dá prazer a poucos, anda como uma desvairada, descendo e subindo ladeiras em busca de clientes; alguns receberão o prazer, os anônimos, e muitos receberão a desgraça, esta é a regra desde que o mundo é mundo e desde que criaram esta imagem irretorquível desta senhora de pelancas pelo corpo, mas que possui uma legião de amantes reverentes que buscam por seus carinhos.

Esta velha prostituta indecente e cruel, quando não era tão velha assim, dava prazeres incomensuráveis aos cartolas que andavam de carruagens; décadas depois, entre prazeres e suspiros, muitos de seus amantes se mataram após verem ela os traindo e caindo nos braços dos especuladores; isso foi lá pelos anos 30 nas terras de quem mais a venera, os Estados Unidos da América.

Após o episódio da grande recessão americana, ela andou se maquiando; fez plástica, colocou silicone nos seios, mudou a feição de prostituta com pó de arroz na cara para encarar a face de ninfeta recém criada e andou feito mendiga, uma ora aqui, outra ali, até aportar definitivamente nos setores onde o povo não tinha tanta intimidade com o ofício, como a Ásia e Américas menores e foi nestas terras que ela começou a mostrar suas armas; primeiro quase matou o Tigre de tanto prazer e quando lhe cobrou a conta, ele não tinha como pagá-la; resultado afundou os mercados asiáticos e mandou o resto do mundo masturbar-se ao som das liras italianas.

Anos mais tarde, ameaçou mais uma vez os Estados Unidos e passou a focar seus olhos de lince na América do Sul; a velha prostituta sedenta de sexo e dólar enxergou certa ascendência de nossos frágeis mercados com os grandes importes de lucro, passando a paquerar-nos de modo prófugo, sorrateiro. Ela já não podia dar conta sozinha de tanto trabalho; passou a criar novas faces, novos nomes e se consolidou em cada terra endinheirada, aqui no Brasil, por exemplo, ela tinha várias concorrentes, mas depois de negociatas e bravatas internacionais, fechou as filiais desleais e adotou o nome único de BOVESPA; era o ápice de quem queria mais dinheiro concentrado num único lugar.

Como sempre age, deu prazer aos jovens e imaturos economistas; aliciou gente de sua iguala para tocar este mercado, que embora tímido perante o mundo, tinha muita previsão de futuro e quando todos menos esperavam, ela mais uma vez agiu com força e rapidez.

Seus papéis renderam horrores, as verdinhas caíram como se estivessem num abismo e sua reputação de bela amante ganhou as ruas, os becos, os bancos, as florestas, os bares, enfim, todos queriam fazer amor com ela; teve gente vendendo casa e pedindo dinheiro emprestado para poder fazer amor com esta senhora bondosa, mas na calada da noite, ela caiu em outros braços e quando todos estavam organizando uma orgia em que ela seria a atriz principal, ela fugiu, arrastando as poupanças de todos, de Norte a Sul, Leste a Oeste e mais uma vez, deixou sua marca forte, a da impiedade, a da tirania.

A velha prostituta fugiu, quebrou; dizem as más línguas que ela levou consigo mais de 1 trilhão de dólares de seus amantes bobinhos e o pior é que ninguém sabe se ela morreu ou se está dividindo o fruto de seu golpe com seus asseclas mais íntimos; outros dizem que ela anda pela Via Látea, a bordo de uma estrela conversível, esperando estes bobinhos amantes de suas canduras, a esquecerem, para poder voltar e preparar outra armadilha em breve.

Falando sério, se bem que, fora os trocadilhos, tudo que escrevi é sério; como em Deus podemos acreditar que o mercado de ações do mundo perdeu mais de 1 trilhão de dólares e este dinheiro sumiu? Dinheiro não some; a equação é simples de ser resolvida; o mercado de papéis é um jogo onde alguém ganha em detrimento dos perdedores; se muitos, em ações escandalosas, perderam mais de 1 trilhão de dólares, alguém ganhou isso e onde está este dinheiro? O dinheiro perdido está, parte dele nos cofres públicos e outra parte em contas secretas dos investidores especuladores que criaram esta bolha de fezes e fizeram os idiotas acreditarem que era caviar; quem são estes ganhadores? Perguntem ao Bush, ao Brown, ao Putin; perguntem a esta gente que ganha com a vitória ou com a derrota dos investidores.

Aqui no Brasil, nosso Presidente, expert em economia mundial e línguas, ao invés de pedir ao seu rebanho de acéfalos que mudem o rumo de suas canoas, pois há um navio cargueiro desgovernado nas mesmas águas que dantes eram tranqüilas, não, ele pede para comprar mais e pedir mais crédito.

O momento é de crise e o Brasil não é nenhum Golias, muito menos Davi; este gigante com cara de palhaço é moça tímida e frágil, dorme na caixa. O Brasil sequer conseguiu sair da alfabetização e quando o tema é economia, não sabemos ao menos quanto valem nossos próprios papéis. A velha prostituta nos deu um susto, mas para ela chegar aqui e nos limpar, não durará dois tempos, então, refazendo o adágio popular antigo: em terra de cego, quem tem um olho é caolho, enxerga mal e pode tropeçar e morrer.

Aquele carro que você pretendeu comprar em 72 parcelas sem entrada, desista; se você não tem dinheiro sequer para a primeira parcela, que diabos vai querer comprar carro? O momento é de andar de “bus”, comprar no máximo uma bicicleta para queimar as calorias de sua alimentação gordurosa de todos os dias. Aquele notebook de 1 mil “reaus” da promoção, esqueça; arrume seu velho desktop e se vire com ele; cuidado com as promoções de araque, desvie-se dos compromissos desguarnecidos de solidez; compre o necessário, de preferência a comida e pague suas contas atrasadas; guarde dinheiro e muito cuidado onde fará esta operação de poupança; os bancos andam mal das pernas e podem quebrar e não me contem a velha história que os banquinhos daqui não quebram porque eu digo que o Citibank está arruinado e a informação é segura; o Wells Fargo e outros Titanics americanos, pediram concordata, então, cuidado!

Pelo visto, a velha prostituta sedenta de vontade de dar prazer aos iniciantes, tão logo consiga, voltará e se eu estiver certo, ela poderá estar de olho numa morada em Brasília, São Paulo ou Rio de Janeiro e para chegar a sua casa, basta uma ligação telefônica ou uma cartinha bem feitinha enviada pelos Correios; a velha prostituta quer seu dinheiro, quer que você dispa-se da desconfiança e acredite que, dormir uma noite com ela, poderá deixá-lo subindo nas paredes. Não imagine jamais que você sabe tudo de economia e não acredite em gente que aparece em sua televisão dizendo que está cuidado de seu futuro, afinal de contas, se esta gente fosse mesmo as salvadoras e conhecedoras, teriam pelo menos o diploma de 2º grau.

Cuidado porque a prostituta velha quer o seu amor e seu carinho... E seu dinheiro!

Carlos Henrique Mascarenhas Pires

Site do autor: www.irregular.com.br