Garranchos de médicos prescrevem veneno

Século XXI e finalmente, em Brasília, uma lei obriga o médico ao obvio: dizer o que receitou ao paciente! Parece a concepção de um neurótico revoltado. Mas eu não sou nem uma coisa, nem outra; debochado, talvez. Ah, e nem tenho raiva de policia. Minha broca é com o médico. Sei que me assassinarão na primeira oportunidade. Espero que demore bastante ou, no íntimo, acho que mantenho a esperança de morrer antes de chegar ao hospital. .

Mas vamos ao fato de não saberem escrever. A lei obriga que a medicação seja impressa. Como farão, entretanto, àqueles que não sabem apertar um botão? Se durante anos de escola – privado ou pública – não aprenderam a codificar o idioma com o qual lidam desde os dois anos idade, aprenderão a clicar em três meses? Duvidêodó! A “analfa” é como infecção generalizada.

O problema é gravíssimo. Não é exagero quando se diz que somos os mais burros do mundo. Não sabemos a maneira correta de se grafar a letra “a”, por exemplo. Aprendemos nas escolas – geralmente com tias simpáticas – que a letra pode ser grafada de qualquer jeito. Ou seja: é o mesmo que se dizer que não precisa aprender. Se posso fazer de qualquer maneira, por que ficar horas com a bunda sobre uma cadeira dura?

E não é assim. Há-se que respeitar o código comum para que se possa por a mensagem em comum. Não existe ainda outra forma de se compartilhar conhecimento. Você, caro leitor, certamente tem na estante uma gramática que não diz como devem ser grafadas as letras. Jogue-a fora. Não serve para nada, a não ser para provar porque somos desrespeitados quando o assunto é intelectualidade.

Ninguém no mundo nos respeita. Quando surge um Paulo Coelho ou um Patativa do Assaré, o mundo se encanta com o nosso jeito de viver: em cima de árvores, o dia inteiro pulando de galho em galho, servindo de poleiro às aves exóticas ou delirando sobre o ideário cristão.

Quem poderia imaginar que em solo brasileiro brota um José de Alencar, Machado, Clarice, Caminha ou Rachel? Uma bananeira só pode produzir banana. É a lógica humana. E só mais uma pergunta: se os médicos brasileiros desconhecem a própria língua, como conseguem assimilar conhecimentos em língua estrangeira? Eixos sintagmáticos e paradigmáticos - certamente têm para eles, o mesmo significado que tem para nós os medicamentos sugeridos nas famigeradas receitas cheias de garranchos que sugerem qualquer coisa.

E a bomba, então, cai na mão do balconista de farmácia que sabe fazer o “o” redondinho: com o cu, claro! E aí você toma veneno, crente que tonando “ramedinho”. rsrsrsrs