AOS PROFESSORES DO BRASIL!
Ser professor no Brasil representa uma tarefa de fundamental importância para nosso futuro, mas não é fácil exercê-la, porque a função exige esforço redobrado do orientador, considerando as adversidades que sempre encontrará em seu caminho. Aquele cidadão brasileiro que por vocação resolveu ser um professor sabe de ante-mão que irá encontrar uma profissão de difícil trato, primeiramente porque a função não é bem remunerada – como deveria – e depois porque a estrutura educacional passa por uma transição pela qual as escolas ainda não chegaram a um patamar de bom nível, principalmente a escola pública. Assim, o professor é um 'carregador de piano', como diz o ditado popular, já que além de reunir o conhecimento técnico para poder repassar a seus pupilos, ainda deve enxugar as lágrimas do contexto social, pois terá de lidar com alunos dos diversos tipos de personalidade, sendo que a mídia – em algumas ocasiões – relata casos de professores agredidos etc.etc.
Mas o grande mérito de um educador está relacionado ao seu poder de comunicação e sobretudo quanto à forma da didática, com a qual se adaptou para transmitir suas mensagens através da palavra. Aquele professor dinâmico, de fino trato, com habilidades de raciocínio, que traz no contexto do ensino (que dispõe a trilhar) o poder de persuasão e dissuasão encontrará um caminho fértil de recepção no meio estudantil e não terá dificuldades de alcançar seus objetivos. Outros nem tanto, mas dentro do seus método mais ortodoxo, certamente que também encontrará um resultado satisfatório, pois, afinal, não está ali para agradar a todos, mas sim para atender às exigências curriculares, ministrando, teoricamente, a sua respectiva matéria.
Em todo caso um professor – no meu sentir – deve amar as palavras, pois apenas o conhecimento não é suficiente para chamar a atenção dos alunos. Cito, com relação a este tema algumas observações extraídas do site Momento de Reflexão: “Havia uma mulher que amava as palavras. Desde a meninice, elas exerciam sobre ela um grande fascínio. Talvez por isso ela tenha aprendido a ler muito cedo. Desejava decifrar aqueles sinais que preenchiam as páginas do jornal. Gostava de apreciar a sonoridade das palavras. Umas suaves, outras mais agressivas. E de aprender o significado de cada uma delas. Encantava-se em saber que as palavras têm o poder de representar o pensamento humano e estabelecer a comunicação entre as pessoas. Descobriu que existem palavras doces e perfumadas, como flor, carinho, amizade, maçã. Outras, tristes e angustiantes como lágrima, distância, saudade. Algumas dolorosas como crime, fome, abandono, guerra. Algumas alegres e descontraídas, como primavera, natureza, criança....” Creio que dentro desse mesmo contexto nasce o professor, que ama a matéria que exerce e que também é capaz de transmitir sua mensagem com palavras suaves, duras (quando é preciso), esperançosas, incentivadoras, motivadoras, coerentes, explicativas, pacienciosas e sensíveis ao nível de interpretação de cada um dos alunos.
É certo que algumas pessoas acham que ser professor é uma coisa fácil, pois basta que esse mestre desenvolva suas teorias perante um contingente de pessoas. Mas não é só isso, porque ensinar a meu ver é uma filosofia e cada professor tem seu próprio estilo. É comum verificarmos que cada aluno tem uma opinião sobre o professor. Evidente que aquele aluno displicente que não está interessado em nada, como defesa pessoal, poderá dizer que a culpa é do professor por ele não se sair bem em determinada matéria. No entanto, essa exceção não retira daquele professor o seu mérito pessoal, pois certamente a maioria dos alunos interessados absorvem com facilidade os ensinamentos. Assim, essas premissas que oscilam entre a opinião do aluno e a realidade do professor, formam um contexto de relacionamentos que podemos qualificá-lo como uma filosofia. Daí se verifica que não estamos falando unicamente da matéria ministrada, como também das relações inter-classe.
O fato é que mais uma vez deparamos com as dificuldades de se ensinar. Por tal razão, mais uma vez, enaltecemos essa profissão como a essência de nossa sociedade, pois a escola é a segunda casa do ser humano. É dali que saem os bons exemplos e as boas finalidades de uma existência, pois ninguém é capaz de crescer, como agente do mundo ascendente, como agente da sociedade, sem assimilar conhecimentos técnicos da diversas matérias curriculares.
Por tudo isso, podemos afirmar com toda nossa convicção de que o professor e a professora são as molas propulsoras da personalidade e da evolução pessoal dos seres em formação. A responsabilidade de ensinar é um mecanismo de segurança que a sociedade dispõe para preservação do futuro dos nossos jovens. É o professor e a professora que reúnem no seu histórico pessoal uma formação de equilíbrio moral de forma que vinculados à essa responsabilidade, devem ter consciência de que seus atos são essenciais para o desenvolvimento do intelecto de cada aluno. Creio que a meta de cada um dos mestres é formar um contingente de hierarquia no sentido de cada um deles, desde a infância, meando a adolescência e na vida adulta, aquele ser humano tenha uma seqüência de atitudes e condutas que o levem a ser um cidadão honrado e que também possa contribuir para uma sociedade mais justa e mais humana.
São essas as observações que tenho a honra de fazer sobre essa profissão tão nobre e que jamais eu deixaria passar in albis sem uma homenagem, pois se hoje tenho algum conhecimento, devo boa parte desta minha luta e minha conquista, aos meus inesquecíveis mestres.
Posto isso, dirijo meus sinceros votos aos professores do Brasil, com o desejo de uma profissão duradoura e profícua, agradecendo a todos eles, pela paciência, pela sapiência e pelo grau de sacrifício que empregam para ensinar nossos jovens.