AIR FORCE ONE
Amanhece um céu límpido, despido de qualquer nuvem, “nenhumazinha” nem que fosse para enganar os sentidos e do vento não tenho nem vestígio de “nenhuzinho” para pelo menos balançar um fio de cabelo. Hoje vou torrar!
E isso me lembra enxofre, calor infernal, por essas bandas um tal de Hugo, teve a pachorra de mandar o nosso Lula entregar de presente um pote cheio desse troço para um outro, que se diz poderoso, para lembrá-lo de sua origem, chamou ele de capeta. Quer mensageiro? Contrate um, ou mande pelo correio, ou melhor, vai lá na casa dele e entrega, honra tuas bolas, vou até te dar o rumo, pois bem, ele mora numa casa branca, facinho de achar, pergunta ali, pergunta aqui, e eu tenho certeza que encontra, pro norte, não esquece.
Ontem ele chegou, um alvoroço danado, mais de dúzia de gente nossa para vigiar todos os cantos, fora uma leva de gente que veio com ele, tudinho pra garantir que ninguém vai bulir com ele, se fosse coisa boa, num carecia esse aparato todo, assunte aqui! Gente boa tem medo de que? Num sei não, mas to só assuntando.
Apeou do avião e fizeram uma fila de mais de trinta carro, eu fico cá pensando, entre eu e eu mesmo, não sou engenheiro e nem conhecedor das matemáticas, isso eu deixo pro meu filho, vai ser engenheiro, que orgulho que bate no peito e as vista embaça, mas num carro eu dou mais de três passos, de cabo a rabo, trinta não ia sair por menos de noventa passos, uma canseira danada, com um espacinho entre eles de dois passos... vou pegar à calculadora... eita, invenção da moléstia, nessas horas... voltemo pras conta, uns cento e cinqüenta metro, se eu tiver errado, que meu garoto me adesculpe, mais vamo voltar a assuntar o causo, pois isso me lembra uma cobra gigantesca, de grande que é, já imaginou cada trem desse deve de pesar uns mil quilo, trinta?... calculadora de novo... Trinta mil quilos, valeime Deus! Troço pesado! Esse troço andando pela cidade deve inté de dar medo. Num e a toa que pararam o transito de modo esse troço passar, me lembra uma cobra.
Cobra! Não. Anaconda! A maior do mundo. Outro dia desses nóis acabou com uma dessa na pedrada, um cabra macho, a danada foi se meter com o neto dele, o cabra vôo em cima dela e deu-lhe tanta bordoada e meteu tanta pedra na venta dela que a bicha se estrebuchou, mas pra acabar com a maldita se valeu de um facão cego, que de cego não tinha nada, pois da morte conhecia seu rumo, e acabou com a desinfeliz, cabra honrado.
Teve um besta, de tempos atrás, meados do meio do século passado, um que também se achava poderoso e fez uma bagunça danada, matou gente a dar com pau, e se estrepou todo, acabaram com esse desinfeliz na bala e agora veio do mesmo lugar um outro, só que mais conhecedor das coisas, e num é que o cabra ficou todo enrolado nos compromisso, porque veio atrás e justo no mesmo dia, também da nossa cachaça.
Culpa dessa cobra de gente que atrapalhou tudo, o outro chegou no mesmo tempo, deu azar, um lugar grande como esse dava pra todo mundo se achegar, copo num ia de faltar, banco para se acomodar também não e agente tem mér pra todo mundo, mas quem sabe? Sabendo do acontecido ele entende do recado da vida, um dia por cima e outro por baixo, mas se... se meter em assunto que não seja a nossa cachaça... inté que eles ate quiseram chama-la de rum, vê se isso e possível, mas deixe isso quieto, isso e outra estória. Se... se essa bicha da anaconda, visse minino, meter a cabeça em assunto que num ta no direito, num vai adiantar se esconder dentro desse capacete blindado, facão cego na mão de um povo valente inté dá até dó, de quem se mete a besta, a sangria é certa.
Eita diacho de dia quente e agora vem essa catinga de enxofre dos diabos!
DiMiTRi 9/3/2007 10h30min