OUVINDO RAY CHARLES

Tempos de USP. Geraldo e eu deitados sobre o tapete, os pés descalços, ouvindo Ray Charles. Para meu amigo tempos de vacas magras, quase de fome explícita não fora o dinheiro do figurão, amante latino a invadir-lhe o apartamento, a calar-nos o som, a exigir de Geraldo algum meu atestado de militância gay, para a garantia de nenhum arranhão no status quo. Teve como resposta: " O que somos um para o outro, só a nós dois interessa. Ponha-se daqui pra fora".